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Enviada em: 21/05/2017

Na obra ''Eu etiqueta'', Carlos Drummond de Andrade, relata a fabricação da identidade mediante a exibição de mercadorias, ou seja, no contexto contemporâneo, as marcas são consumidas como símbolos de status e para demarcar relações sociais. A construção de super produção pela mídia na cultura pós-moderna tem gerado a ideia do ter e não ser, arquitetando uma sociedade baseada em estereótipos criados pelo consumo de produtos.    Em uma primeira abordagem, deve-se sinalizar que, o contexto contemporâneo é baseado na lógica capitalista. Isto é, a aceitação de um indivíduo na sociedade está relacionado a possuir ou não determinados objetos. Segundo o sociólogo Weber, existem três dimensões para o processo de interação social: riqueza, prestígio e status. Logo, isto corrobora para a desigualdade. Visto que, quem não se encaixa nos padrões modelos é reiteradamente excluído de um determinado grupo.           Ainda, deve-se frisar que a indústria de massa é a grande perpetuadora de influência do consumismo na população. Essa questão foi analisada por Adorno e Horkheimer na obra ''Indústria Cultural'', segundo eles a mídia oferece produtos que promovem uma satisfação compensatória e efêmera, construindo uma identidade sublime que é cada vez mais almejada pelos jovens, o que acaba gerando um ciclo interminável de consumo e também frustrações daqueles que não conseguem obter essas realizações. Logo, pode-se dizer que em um contexto alienado pelo sistema produtivo, a identidade só é alcançada por meio do sucesso material e imagético. Destarte, desprende-se que essa questão é uma prática comum das sociedades capitalistas. Para amenizar tal problema é necessário que o Estado em conjunto com o Ministério da Educação elabore campanhas para quebrar o paradigma de padrões modelos entre jovens. Ainda, a família como mediadora central na vida desses indivíduos deve desde cedo ensinar o controle sobre consumismo exacerbado para criar uma futura geração consciente sobre seu gasto.