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Enviada em: 14/06/2017

O filósofo alemão Karl Marx, em sua obra "O Capital", dissera que se algo provêm do trabalho exercido pela classe trabalhadora, logo a ela pertence. Dessa forma, contextualizado hodiernamente, essa assertiva pode ser aplicada na aquisição de itens de luxo pelos cidadãos de baixa renda, uma vez que para produzi-los, utiliza-se da mão de obra barata oferecida por essa classe. Entretanto, esse fato social, consequentemente, gera problemas sociais, tais como o preconceito e a obsessão pela mercadoria.    A sociedade assim como está organizada atualmente divide-se, basicamente, em dois grupos: aqueles que detêm o poder aquisitivo e, majoritariamente, aqueles que não o possuem. Por causa disso, criou-se o preconceito a partir da qualificação da pessoa através de suas posses que, por sua vez, marginalizou a população pobre. Porém, com a exposição dessa classe à propaganda, formou-se o desejo à aquisição desses objetos que, assim, foram sendo adquiridos aos poucos por esses marginalizados e tornando-se, portanto, motivo de orgulho a eles devido à dificuldade nesse processo de compra.    Porém, em consonância a esse fato social, assim como descrito por Karl Marx em suas obras, a população começou a relacionar-se com a mercadoria de forma fetichista, isso é, criou-se a cultura da adoração aos bens de consumo. Desse modo, o ser humano começou a ficar obsecado pela compra de produtos e, dessarte, planejar toda sua vida para fim de possuir algo. Portanto, pode-se concluir que a ostentação é um dos melhores exemplos para tal atitude, pois, em muitos casos, não importa se a pessoa que ostente tiver passando necessidades, como fome, contanto que ela esteja vestindo uma camisa ou óculos de certa marca famosa.    Logo, percebe-se que a ostentação tornou-se um dos valores primordiais do século XXI e, para transformar essa realidade, fazem-se necessárias intervenções sociais. Dentre elas, compete à família a educação dos jovens para que esses valorizem a pessoa ao invés do objeto e, para que isso aconteça, os pais devem, desde cedo, ensiná-los sobre a economia familiar e os malefícios do materialismo. Sobretudo, cabe aos Estados Nacionais, a partir de seus respectivos Poderes Legislativos - como a Câmara dos Deputados no Brasil-, a fomentação de projetos de lei contra as propagandas abusivas e falaciosas, principalmente direcionados às crianças, para que, assim, a população não seja influenciada pelo caráter fetichista das mercadorias ofertadas.