Materiais:
Enviada em: 16/08/2017

No contexto econômico atual, nota-se que as revoluções burguesas, ocorridas ao longo dos séculos XIX e XX, moldaram o contexto social na qual o homem está inserido. Um dos maiores filósofos modernistas, Adam Smith, escreveu que “O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção”. Essa afirmação está relacionada, intrinsecamente, com a questão da ostentação, pois é evidente que, na configuração capitalista atual, a produção industrial está voltada para atender a necessidade do mercado. Tal fato enraíza na sociedade um ciclo vicioso de aquisição e comercialização de produtos na qual se estabelece novos paradigmas sociais embasados na devoção ao consumo.         A doutrina hedonista na antiguidade clássica era muito influenciada pela mitologia grega, que pregava a satisfação máxima através dos prazeres do corpo. Entretanto, o hedonismo contemporâneo é construído através da ideologia capitalista que impõem à sociedade a necessidade da compra. Tal circunstância, gera o processo de obsolescência social na qual determinados produtos são consumidos para se atingir certo prestígio social conhecido como status. Essa perspectiva contribui para o processo de degradação das relações sociais que são remediadas pela capacidade de compra de uma pessoa.       Em segunda instância, de acordo com dados do o instituto de segurança pública e econômica do Rio de Janeiro (ISEPE-RJ), de 2005 a 2011, o número de roubos de veículos e o número de endividados na cidade do Rio de Janeiro acompanha o aumento do crédito ao consumidor. Essa pesquisa reflete que com o aumento do poder de aquisição do brasileiro há a tendência do aumento do número de furtos e dívidas, isto é, há uma parcela da sociedade que com a ausência de valores sociais e econômicos, acabam se valer por furtos ou dívidas para adquirirem esses produtos.         Em virtude do que foi mencionado, fica claro que para solucionar as questões referentes à ostentação é preciso promover uma parceria entre o Estado e o setor privado com intuito de amenizar o vício do consumismo desvinculando a reafirmação social da capacidade financeira. Portanto, cabe ao primeiro aumentar a capacidade de compra do brasileiro através diminuição das taxas sobre os produtos importados e o congelamento do valor do salário mínimo. Tal fato garantirá que as classes mais baixas tenham acesso aos mesmos produtos das classes mais altas fazendo com que haja a diminuição do processo de obsolescência social. Já ao segundo, cabe fazer pesquisas e estipular a influência e o impacto de seus produtos na vida da sociedade atual, a fim de aumentar a vida útil de um produto no mercado. Desse modo, o capitalismo atual sofrerá mudanças na qual a produção se voltará para o desenvolvimento social. Afinal, a perspectiva liberal de Adam Smith é da idade moderna e se tornou obsoleta.