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Enviada em: 15/09/2017

Com a Revolução Industrial, no século XVIII, surge a necessidade de consumir cada vez mais, com o intuito de acompanhar o ritmo de produção desenfreado. Nesse contexto, para acompanha-lo, houve uma manipulação da indústria que foi responsável pela sobreposição do “ter” sobre o “ser”, criando uma verdadeira cultura de ostentação no Brasil hodierno. Todavia, por ser responsável por um endividamento generalizado, tal cultura deve ser combatida por meio de intervenções sociais.         Em primeira análise, a ideologia da ostentação, ato de exibir materiais de valor como forma de agregação de status social, é resultado de uma mazela cultural advinda de uma manipulação econômica. Isso porque, segundo o sociólogo Adorno, a sociedade está sob o controle de uma Indústria Cultural, que recria hábitos e tradições em busca do lucro. Nesse sentido, a demasia do “ter” na cultura brasileira permanece como problema social porque essa gera movimentação econômica, mais vendas e mais endividados, fatores de grande interesse para a indústria. Dessarte, é perceptível que a ideologia ostensiva parte de uma premissa da sobreposição da economia sobre a cultura, fenômeno que deve ser combatido a longo prazo pela mídia.        Outrossim, o advento da ostentação no Brasil do século XXI é uma problemática social em razão de ser fator de endividamento generalizado, dados os altos índices de inadimplência constatados pelo IBGE. Desse modo, é indubitável que a aparência social causada pela compra de determinados objetos de desejo seja, por causa de uma cultura voltada para o lucro, mais importante do que a estabilidade financeira. Isso é explicado pela paráfrase do filósofo Hegel, que acredita na mudança de realidade a partir de uma mudança de pensamento, ou seja, o endividamento é fruto de uma metamorfose ideológica em direção à ostentação, causada por uma manipulação cultural. Portanto, a exibição materialista configura-se como uma perturbação socioeconômica, fruto de uma afronta cultural, que, por esse motivo, deve ser alvo de ações estatais.         Logo, para que haja mudança, é dever do MEC aderir ao estudo de Sociologia, no Ensino Médio, a abordagem da influência dos interesses da indústria sobre os hábitos sociais, por meio de debates entre os alunos, a fim de incentivar o senso crítico e a valorização do “ser” nos futuros cidadãos. Ademais, ONGs devem coordenar palestras gratuitas sobre gestão financeira familiar, a partir da procura pelas comunidades mais endividadas, para que possibilite o acesso à orientação e atenue o número de inadimplentes no país. Por último, os grandes canais de TV devem exibir propagandas apelativas que apresentem os benefícios de uma estilo de vida simples nas relações interpessoais, diminuindo a excessiva ostentação que manipula e prejudica o avanço cultural da nação.