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Enviada em: 06/08/2018

Em conformidade a Zygmunt Bauman, “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”, a obsolescência programada se enquadra perfeitamente nessa relação de consumo efêmero. Hodiernamente, observa-se que mesmo após avanços tecnológicos e governamentais, produtos dos mais diversos tipos possuem vida útil limitada. Sabemos que o quadro de iniquidade persevera, refletindo diretamente na população, seja pelos problemas ambientais que o descarte inadequado pode causar ou por incentivar uma sociedade de consumo pela ampla criação de novas tecnologias.      Em primeiro plano, evidencia-se que o termo obsolescência programa surgiu em meados de 1920, quando a indústria de lâmpadas percebeu que criar produtos com duração inferior faria com que precisassem ser trocados com maior frequência, aumentando assim o lucro, e desta forma, fomentando a economia capitalista. Porém, sabemos que isso pode acarretar em diversos problemas ambientais, afinal, quanto mais produtos forem criados, maior será a demanda de matéria prima que deverá ser utilizada. Cabe salientar que o processo até a fabricação de produtos é longa e engloba várias esferas, entre estes processos podemos citar o transporte de materiais e o grande uso de energia elétrica e de água para sua transformação. Tais processos são responsáveis pela geração de gases poluentes, degradação ambiental e poluição, gerando assim a destruição de ecossistemas.        Vale ressaltar também o papel da mídia na sociedade capitalista atual. Tantos produtos diferentes sendo ofertados nos mais diversificados tipos de propaganda, nos fazendo acreditar que não é mais possível viver sem determinado aparelho eletrônico. A sociedade de consumo é constantemente bombardeada com inovações tecnológicas, onde os próprios fabricantes boicotam seus produtos, afim de impulsionar o consumo desenfreado, descartando produtos que se encontram em pleno funcionamento, somente para ter acesso a tecnologias de ponta. É necessário frisar que tais atitudes são essenciais para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país, tornando essa vicissitude uma prática necessária para a economia, e por isso altamente estimulada pelo governo.        Diante dos fatos aludidos, faz-se necessário que sejam tomadas ações que tenham como objetivo a resolução deste impasse. Cabe a Ministério do Meio Ambiente (MMA), juntamente a empresas, organizações e mídia, o dever de elaborar estratégias que sejam capazes de sanar completamente os problemas gerados pelo consumo vertiginoso, através de investimentos em pesquisas, em descarte correto do lixo gerado e em campanhas de conscientização social, fazendo com que o país se desenvolva de maneira sustentável, garantindo o progresso sem que exista o comprometimento do futuro.