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Enviada em: 07/08/2018

A década de 1950, nos Estados Unidos, é conhecida como "Anos Dourados" devido ao grande incentivo ao consumo das novidades tecnológicas e dos bens de consumo não-duráveis. Pode-se dizer que, a partir das propagandas televisionadas ou transmitidas via rádio, a fetichização da mercadoria começou a se desenvolver, e cada vez mais o consumidor comprava por prazer pela posse e descartava com maior frequência. Por certo, o mercado deveria manter-se aquecido, e para que não se repetissem episódios como a crise de 1929, as indústrias passaram a adotar o regime da obsolescência programada, cuja vida útil dos produtos seria pré-determinada na linha de montagem.    Nesse contexto, a programação da durabilidade de um produto tornou-se o grande desafio do século XX e XXI. Isso porque, as mercadorias tornam-se cada vez mais descartáveis e suscetíveis a criação de versões mais atualizadas, logo, há um fluxo constante de lixo eletrônico, plástico e tóxico que são rejeitados e circulam entre lixões, oceanos e países não desenvolvidos. Portanto, é inegável o caráter insustentável que o consumismo assumiu nos últimos anos, a produção desenfreada e a utilização de produtos químicos para a aceleração de processos industriais. Ademais, os processos produtivos estão sendo cada vez mais fragmentados entre países pouco desenvolvidos ou emergentes, e por conta da mão de obra barata acabam sendo explorados pelas potências mundiais.   Em última análise, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, a humanidade vem consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e absorver. Dadas as devidas proporções, o sistema compulsório de produção e a extração de recursos naturais é um mal a ser combatido. Além das questões ambientais, devem ser colocadas em pauta as questões sociais, no que diz respeito a perda de consciência ambiental e de consumo, onde os indivíduos estão cada vez menos engajados em projetos ambientais ou campanhas sustentáveis, pois não há incentivos.   Sendo assim, é inevitável uma intervenção global para desacelerar o consumo e o descarte. É necessária uma ação da Organização das Nações Unidas, em conjunto com todas as suas derivações, sendo essencial a participação da Organização Mundial da Saúde e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com o objetivo de elaborar restrições e obrigações de responsabilidade com o consumidor e o meio ambiente. Dessa forma, cada país deve trabalhar com questões e particularidades internas, sejam elas sobre possibilidades de trabalhos sustentáveis em comunidades ou de incentivo ao país vizinho. É preciso que haja um acordo de responsabilidade com as gerações futuras, seja na preservação de bens naturais ou também na transmissão de valores morais e humanos em relação ao consumo.