Materiais:
Enviada em: 02/10/2018

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, foi um marco histórico para o ser humano e a sua capacidade de criação. Um dos seus desdobramentos, contudo, é alvo de muitas discussões na contemporaneidade: a obsolescência programada. Fatores de aspectos ecológico e social expressam a problemática da curta duração dos produtos.      É importante pontuar, de início, o impacto ambiental do estilo de vida consumista vigente. Desde a segunda metade do século XVIII, o homem realiza mudanças drásticas no meio ambiente, colocando em risco os recursos naturais, que são limitados. O descarte rápido e inconsequente, nesse sentido, não só aumenta a exploração desses recursos, como também intensifica exponencialmente a quantidade de lixo produzida. O reflexo disso é o agravamento de eventos climáticos como o aquecimento global e o efeito estufa, que já são pauta de diversos acordos internacionais.     Outrossim, tem-se o consumidor como principal prejudicado nas relações comerciais. À guisa de Karl Marx, o capitalismo faz uso do fetichismo da mercadoria enquanto estratégia para atribuir um sentimento de necessidade aos produtos e estimular o consumo. Com isso, os cidadãos são expostos a estratégias de marketing cada vez mais elaboradas, mas são surpreendidos com a velocidade da desvalorização dos produtos adquiridos. As empresas de celulares, que anualmente lançam promessas revolucionárias em seus aparelhos, são o principal exemplo dessa alienação.     É inegável, portanto, a relevância de fatores ecológicos e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, é dever da população, em parceria com as ONGs, se organizar para a cobrança aos políticos. Tal medida deve ocorrer a partir de mobilizações nas ruas e nas redes sociais, com a finalidade de exigir legislações mais rigorosas acerca da exploração de recursos naturais e do descarte do lixo. Ademais, é dever do Estado, por meio dos seus órgãos responsáveis, criar instrumentos de fiscalização às empresas. A ideia é averiguar as informações veiculadas nas embalagens e propagandas, com o intuito de proteger o consumidor. Somente assim, é possível conter o impacto ambiental e econômico da obsolescência programada.