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Enviada em: 27/10/2018

No filme Robôs, as máquinas adquirem vida e retratam uma realidade dura, na qual suas peças tornam-se inúteis com exorbitante rapidez. Embora o universo seja outro, a situação vivida na animação é extremamente factual, cada vez mais os aparelhos e utensílios usados corriqueiramente são substituídos por outros. Contudo, essa mudança tem seu preço, o aumento do consumo ocasiona proporcionalmente a elevação do descarte inadequado, este traz consigo inúmeras consequências ambientais, enquanto aquele interfere diretamente no bem-estar social.     É indubitável, a princípio, que a efêmera vida útil dos objetos acarreta graves problemas de saúde. Nessa perspectiva, ao tornar um determinado produto obsoleto as indústrias e os meios de comunicação acarretam a potencialização do consumismo, o qual se encaixa no conceito de Émile Durkheim para "fato social" - mecanismos influenciadores do pensamento de uma sociedade - e de forma coercitiva estabelece novos conceitos no modo de se viver. Tal ocorrência, faz com que os indivíduos que não se adequem sintam-se excluídos e, por conseguinte, apresentem distúrbios como depressão em decorrência desse evento.      Além disso, é inegável a contribuição do consumismo para o aumento no número de rejeitos tóxicos na natureza. Nesse sentido, com a aquisição de aparelhos atuais, sobretudo os eletrônicos, metais tóxicos e pesados como mercúrio, níquel e platina estão gradualmente mais presentes no cotidiano. Embora haja na legislação brasileira uma política nacional de resíduos sólidos, esses elementos são descartados, em sua maioria de forma irregular, no meio ambiente ocasionando diversos problemas ecológicos como bioacumulação e eutrofização de rios e lagos.     É, portanto, de suma importância que os prejuízos da obsolescência programada sejam mitigados. Sendo assim, com o intuito de formar jovens que façam do consumo algo consciente, o Ministério da Educação deve proporcionar uma eficiente educação financeira, por meio de aulas, palestras e cartilhas. Somado a isso, o Ministério do Meio Ambiente pode obter materiais biodegradáveis que possam substituir os metais tóxicos hoje usado nos equipamentos, por meio da fomentação de empresas voltadas à pesquisa como a EMBRAPA. Aumentam, assim, as possibilidades de se criar uma sociedade engajada não só com a compra, mas também do papel social que se tem com o meio ambiente.