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Enviada em: 20/01/2019

A obsolescência programada consiste numa estratégia capitalista que programa a vida útil de produtos, a fim de que durem menos e se tornem ultrapassados em um período mais curto de tempo. Apesar de tal método ser um avanço tecnológico, acarreta problemas e, dentre tais, estão o consumismo exacerbado, o lixo eletrônico e pertubações à biosfera. Do ponto de vista histórico, o Fordismo foi, durante muitas décadas do século XX, o principal modelo de produção nas indústrias, porém, por produzir utensílios duráveis e resistentes, o consumo passou a ser cada vez menos atraente, as fábricas começaram a acumular estoques e isso prejudicou a economia das grandes potências mundiais, cabe citar a quebra da Bolsa de Valores dos EUA, em 1929, que teve como motivo a superprodução industrial. Sob esse viés, o Toyotismo veio junto à Terceira Revolução Industrial em meados dos anos 70, substituiu o modelo até então vigente e trouxe o ciclo da obsolescência programada. Segundo o sociólogo Karl Marx, no capitalismo há a inversão de valores: a coisificação do homem e humanização das coisas e isso é constatado ao observar o consumismo ávido. Pelo fato dos produtos, principalmente os eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis, durarem menos, se tornam obsoletos e são trocados por outros mais modernos e com design superior. As grandes empresas e indústrias contam com o apelo dos mecanismos midiáticos cujos, atualmente, se tornaram veículos propagadores de atos consumistas que moldam e dividem gostos, opiniões e culturas. O grande descarte de lixo eletrônico é inevitável, países considerados pobres carecem de infraestrutura, leis e tecnologias que permitam lidar com tal problema, esses são os que recebem as maiores quantidades de detritos, advindos dos países desenvolvidos. Tal descarte acaba por contaminar plantações, rios, lagos e lençóis freáticos, no caso dos produtos eletrônicos, os metais pesados (a exemplo do mercúrio e cádmio) podem sofrer o processo de magnificação trófica e levar à contaminação e morte da fauna e flora, o que prejudica os ecossistemas e as teias alimentares, além de provocar o processo de eutrofização que, em longo prazo, intensifica o aquecimento global. É necessário, portanto, que haja mobilização por parte dos Poderes Executivo e Legislativo dos países desenvolvidos e em desenvolvimento na criação de leis que regulem o manejo do lixo eletrônico, com eficaz fiscalização e controle dos impactos no meio ambiente, além de leis que fiscalizem, também, os metais utilizados na fabricação de produtos eletrônicos, em quantidade e natureza. A Educação possui papel crucial, através da ministração de palestras e debates em Escolas e Universidades sobre a necessidade de reduzir o consumismo, por intermédio da reciclagem e reutilização de produtos.