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Enviada em: 13/02/2019

A obsolecência programada é o comportamento industrial que consiste na determinação de duração curta para os produtos com o objetivo de estimular o consumo de versões mais atuais do mesmo, este comportamento é perigoso, pois o consumismo ilimitado não conversa com um planeta de recursos finitos o que leva a indústria a ficar em cheque em questões éticas e ambientais tanto com o consumidor quanto com o planeta.  Em 1920 a decisão foi encurtar a vida útil das lâmpadas de 2.500 horas para 1.000, nessa mesma época surgia a sociedade de consumo e a produção em massa, com o crash da bolsa em 1929 a indústria se deparou com um problema; haviam produtos demais comparado a consumidores, eram duráveis e de boa qualidade. Quando a ideia da obsolecência compulsória foi disseminada no mundo dos negócios começou a se produzir e se consumir de forma constante de maneira que a indústria prosperou em cima de uma produção cada vez maior de lixo eletrônico. De acordo com um levantamento feito pela ONU cada ser humano descarta em média 7 kg de resíduos eletrônicos todos os anos, o que desencadeia no descarte e transporte desses resíduos para países de terceiro mundo como a Gana na África se valendo da justificativa da ‘’quebra da barreira digital entre Europa e África’’. O continente acaba sendo usado como uma lixeira do mundo como evidencia o documentário The Light Bulb Conspiracy dirigido por Cosima Dannoritzer.  Em suma fica claro que esse modelo de negócios é insustentável. A luta contra a obsolecência programada só pode ser atingida se a engenharia e a produção de bens de consumo forem repensadas usando um modelo sustentável para dirigi-la. Quanto a danos aos consumidores, a princípio, boicotar empresas e processá-las é um bom meio para ter seu direito assegurado pelo Poder Judiciário enquanto não houver uma lei que proíba a programação da obsolecência em eletrônicos e uma posição mais rígida das indústrias à proteção ambiental.