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Enviada em: 21/02/2019

Segundo o sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, em sua obra Modernidade Líquida, "os tempos são líquidos pois tudo muda rapidamente; nada foi feito para durar". Na atual conjuntura capitalista, esse relato evidencia a realidade dos consumidores, os quais estão condenados a comprar cada dia mais, uma vez que os produtos possuem tempo curto de duração e se tornam obsoletos rapidamente. Entretanto, sabe-se que o processo de obsolescência não é natural, mas sim programado, para que os compradores garantam o lucro dos proprietários das empresas. Assim, é necessário reverter essa situação de modo a aumentar a qualidade e a durabilidade dos produtos a fim de diminuir o consumismo exacerbado.  Convém ressaltar, a princípio, que, conforme o documentário "Obsolescência Programada: a conspiração da lâmpada", o processo de obsolescência começou, na década de 1920, quando engenheiros elétricos diminuíram, consideravelmente, a vida útil das lâmpadas com o intuito de aumentar o consumo da população. Nesse período, os donos das fábricas, não só de lâmpadas, perceberam que produzir produtos com excelente qualidade e muita durabilidade não garantiam lucro à eles, é por isso tiveram que retroceder nesses quesitos. Além disso, a necessidade de fabricar produtos que se tornem obsoletos em pouco tempo também advém das Revoluções Industriais, as quais produziam em massa para obter mais lucro. Outrossim, vale salientar que a insaciedade de lucrar gera inúmeros impactos ambientais como a exploração excessiva de recursos naturais finitos. Diante dessa situação, o Brasil enfrentou um grave crime ambiental e social, no início do ano de 2019, em que centenas de pessoas morreram e uma grande área foi devastada e poluída, por negligência da empresa Vale, ao ser rompida, em Minas Gerais, mais uma barragem de rejeitos - reservatório destinado a reter resíduos resultantes de processos de extração de minérios. Nesse contexto, é comprovado o pensamento de Gandhi ao dizer que "o mundo é grande o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas será sempre pequeno para satisfazer a ganância individual".  Portanto, faz-se necessário estabelecer um equilíbrio entre o consumismo e o lucro. É dever do Ministério do Meio Ambiente, aliado ao Poder Legislativo, reforçar as leis e as punições contra os crimes ambientais, por meio da criação de um disque-denúncia, exclusivamente, ambiental para que seja garantida a preservação dos recursos naturais. Cabe ao Ministério da Segurança fiscalizar a qualidade dos produtos produzidos para que os consumidores não sejam lesados pelos fabricantes. Ademais, o Ministério da Educação deve, por meio de aulas de Sociologia, ensinar e alertar os alunos quanto ao consumismo exacerbado e seu impacto na natureza.