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Enviada em: 08/05/2019

Após o início da Guerra Fria, o mundo viveu constantes avanços industriais e obteve, em 1970, um novo modelo de produção, denominado Toyotismo. Nesse contexto, ficou característico de tal padrão produtivo a fabricação de objetos que tornem-se obsoletos em pouco tempo com o intuito de manter a aquisição contínua dos consumidores e, portanto, aumentar o lucro das indústrias. Entretanto, no cotidiano esse aspecto de obsolescência programada tornou-se um problema para o desenvolvimento sustentável do planeta – seja pelo amplo crescimento de resíduos, ora pela alta demanda por recursos naturais.     Em princípio, é notório que o ato de programar uma redução no tempo de vida útil dos produtos corrobora para o crescimento exponencial de resíduos. A título de exemplo, em dezembro de 2016, segundo a Universidade das Nações Unidas, o mundo produziu 44,7 milhões de toneladas apenas de lixo eletrônico – no qual exibe maior quantidade de substâncias prejudiciais à natureza. Assim, o consumidor, inserido em um ciclo de descarte e compra de produtos, auxilia na ampla formação de resíduos tóxicos e muitas vezes promove a eliminação incorreta. Por consequência, cada vez mais áreas com lençóis freáticos e solos degradados tendem a surgir, o que acaba por contaminar regiões e afetar populações que vivem no entorno.    Ademais, além do aumento de lixo, a obsolescência programada também corrobora na vasta demanda de recursos naturais e convém ser contestada sob a visão do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Segundo o autor, o homem contemporâneo está cada vez mais individualista e não se preocupa com os impactos que suas ações podem provocar na sociedade e no meio ambiente. Analogamente, empresas, que visam somente o lucro, não se preocupam com a escassez de matéria-prima que podem provocar quando produzem objetos pouco duráveis, visto que, tal prática amplia a busca por novos produtos e, consequentemente, de recursos naturais para fazê-los. Logo, tais indústrias facilitam para que impactos na biodiversidade possam emergir e impedem hábitos de sustentabilidade.     Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, as escolas, com o auxílio governamental, devem difundir esse assunto de maneira intensiva, de modo a usar vídeos e documentários do cotidiano, em aulas especiais de Geografia, que possam ensinar aos alunos os impactos econômicos e ambientais que a obsolescência programada causa. Dessa forma, será possível inibir que futuros cidadãos fiquem em ciclos de consumo e consigam reduzir a formação de resíduos tóxicos. Além disso, o poder público, através de fiscalizações em indústrias, deve apurar danos provocados pela demanda de recursos naturais, a fim de induzir tais empresas a produzirem objetos recicláveis e impedir que o modelo produtivo de 1970 atrapalhe a sustentabilidade do planeta.