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Enviada em: 07/05/2019

O filósofo e escritor francês Gilles Lipovetsky, em seu livro "Império do Efêmero" retrata uma sociedade narcisista e consumista, em que a sedução dos produtos perante as pessoas é evidenciada. Atualmente, em busca dessa sociedade consumidora, as grandes empresas desenvolveram produtos com obsolescência programada, ou seja, feitos para se tornarem fúteis. Dessa forma, colocando em risco o mundo, uma vez que acabam produzindo lixo eletrônico e uma população consumista.       Primeiramente, vale destacar que, depois da crise 29 as empresas mudaram seu modo de produção. Assim, os produtos envelheciam mais rápido e o indivíduo necessitava comprar uma nova geração, criando uma sociedade consumista. Dessa forma, o problema não está no consumo, e sim quando isso se torna compulsivo e incontrolável, pois colocam em risco o meio ambiente, visto que o processo de produção passa desde a retirada da matéria prima da natureza até a emissão de gases tóxicos na atmosfera. De fato, tal atitude se relaciona a visão de Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, sobre o fato "“Não se pode escapar do consumo: faz parte do seu metabolismo! O problema não é consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo".       Outra preocupação constante é o lixo eletrônico, que é exportado para países em desenvolvimento ao invés de ser reciclado. Essa atitude deve ser condenada, pois também coloca em risco a natureza, já que ele possui substâncias agressivas, como chumbo e mercúrio. Nesse sentido, devemos entender a importância da reciclagem dos eletrônicos, pois com ela realizamos um ciclo e dessa forma não poluímos o meio, já que o metal leva 500 anos para se decompor na natureza. Assim, os países desenvolvidos alegam que é mais barato exportar o lixo do que reciclar, cria-se então uma dependência dos países ricos pelos pobres e vice-versa, pois estes ganham dinheiro, enquanto aqueles se livram do problema. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de banalidade do mal, da socióloga Hannah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errado.       Então, entendemos que a obsolescência programada oferece perigos a sociedade, como a produção de lixo eletrônico e da sociedade consumista. Nesse sentido, é fundamental que Deputados e Senadores, em conjunto, elaborem leis mais rígidas sobre a produção programada, apresentando projetos de fato na câmara para todos os outros votarem, para assim, garantir uma maior vida útil ao produtos, evitando suas consequências. Além disso, as escolas devem ensinar aos alunos os perigos do consumismo e do lixo eletrônico, por meio de palestras e gincanas com profissionais -psicólogos e professores- assim cumprindo o objetivo da educação de elevar e emancipar o indivíduo, como desejava Paulo Freire.