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Enviada em: 16/05/2019

O documentário norueguês "A Conspiração da Lâmpada" apresenta o caso de uma fabricante de lâmpadas da década de 20, a qual percebeu que, se reduzisse a vida útil de seus produtos de 2500 horas para apenas 1000, estimularia o consumo e passaria a lucrar três vezes mais. Assim, surgiu a obsolescência programada, estratégia que aqueceu a economia no século passado e, atualmente, é aplicada a produtos eletrônicos. No entanto, essa artimanha passou a oferecer riscos à sociedade e ao planeta, e novas alternativas são necessárias para substituí-la.        Em primeira análise, nota-se que a obsolescência programada estimula grande produção industrial e descarte de lixo, acarretando em vários problemas ambientais. Isso acontece pelo aumento da exploração de recursos naturais não renováveis, como o uso de energia gerada do petróleo, e da poluição ambiental pelo descarte incorreto de lixo eletrônico. De fato, esse último fator pode gerar riscos à saúde pública devido à exposição de metais pesados contidos nesses produtos. Assim, como pensava o filósofo alemão Hans Jonas, para que o efeito de nossas ações não destrua a possibilidade de vida futura, é imprescindível que esses problemas sejam mitigados.       Em resposta a isso, estão surgindo novas opções para combater a obsolescência programada e diminuir o descarte de eletrônicos. Esse é o caso dos "phonebloks" holandeses: celulares de tecnologia modular que propõem a reposição de peças individuais obsoletas, a fim de evitar a perda de peças boas e reduzir a geração de lixo. Dessa maneira, buscam-se tecnologias que protejam o planeta sem que prejudiquem a economia, e que, possivelmente, auxiliem na redução de custos para as empresas que façam o reaproveitamento de suas peças.       Portanto, evidencia-se que a obsolescência programada apresenta desafios a serem atenuados. Sendo assim, cabe às empresas de tecnologia a utilização de técnicas sustentáveis em suas indústrias e produtos, por meio do uso de energia limpa na produção e investimento em tecnologias modulares. Assim, elas diminuirão a poluição ambiental e a geração de lixo eletrônico. Ademais, cabe às prefeituras, a partir de uma iniciativa púbico-privada, estabelecer pontos acessíveis para que essas empresas coletem produtos eletrônicos da população e possam fazer seu reaproveitamento. Dessa forma, será garantido que nossas ações não destruirão a vida das futuras gerações.