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Enviada em: 10/07/2019

Longas filas formam-se anualmente para obter celulares da nova geração. Essa realidade, na qual produtos são produzidos e vendidos em massa, advém da Revolução Industrial período em que a humanidade passou a fabricar bens de consumo em quantidades, muitas vezes, desnecessárias. Nesse contexto, a obsolescências programada, isto é, produtos que se tornam obsoletos rapidamente, causa sérios problemas ambientais por razão da quantidade grande de objetos descartados inadequadamente. Com efeito, deve-se analisar como a fragilidade das relações e o capitalismo exacerbado potencializam os perigos dessa problemática.   Em primeiro plano, evidencia-se que as fraquezas nas relações interpessoais gera a compra indiscriminada de bens de consumo o que, consequentemente, corrobora com a limitação, pelas empresas, da vida útil dos produtos. Zygmunt Bauman - filósofo polonês - afirma que a modernidade é caracterizada pela liquidez das relações, ou seja, a fragilidade na qual as pessoas se relacionam. O filósofo acreditava que a troca constante de produtos servia para preencher lacunas das relações superficiais. Nessa lógica de troca frequente de objetos, as empresas se aproveitam para vender produtos com duração limitada, o que, a longo prazo, permite o desenvolvimento de uma sociedade extremamente consumista e agrava a realidade apontada por Bauman.    Outrossim, o ultracapitalismo, isto é, a sociedade de consumo, influencia diretamente na redução da vida útil dos produtos. Adorno e Horkheimer - filósofos da Escola de Frankfurt - afirmam que o capitalismo, por meio da indústria cultural, implanta a necessidade de compra incessante na sociedade. Os pensadores apontam uma realidade na qual a compra de produtos está diretamente relacionada com realização pessoal. Isso pode ser observado, por exemplo, nas propagandas que associam a compra de bens de consumo com a felicidade do ator. Nesse contexto, os produtos não duráveis são vendidos em massa, o que corrobora com um dos perigos da obsolescência programada: o descarte irresponsável no meio ambiente.   Urge, portanto, ações para frear os perigos que limitada vida útil dos produtos proporciona a sociedade. O MEC deve, por meio da alteração da grade curricular, promover aulas semanais com psicólogos nas escolas, com o intuito de capacitar, desde sua infância, o estudante para estabelecer vínculos sociais duradouros e que, consequentemente, supra a sua necessidade consumista. Além disso, o Ministério deve, ainda, desfazer a realidade implantada pela indústria cultural, por meio de palestras educacionais que demonstrem os impactos da obsolescência programada na sociedade e no meio ambiente. Essa medida atenuaria o descarte no meio ambiente gerado pela reduzida vida útil dos produtos.