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Enviada em: 29/07/2019

Com o advento da segunda revolução industrial é perceptível o aumento na produção de objetos não duráveis, especialmente quando se trata de aparelhos eletrônicos, com o intuito de acelerar a economia. Ainda hoje, o fenômeno da obsolescência programada persiste em ser uma forte realidade vigente, causando danos tanto ao meio ambiente quanto a saúde da população. Nessa perspectiva, convém analisar os principais entraves que fomentam a manutenção do tema.                      Em primeiro plano, é evidente que o incentivo ao consumismo através da diminuição da vida útil de aparelhos eletrônicos causa um vasto aumento na produção de lixo. Nesse cenário, a prevalência de tais incentivos tendem a causar profundos danos ambientais, como aumento dos lixões, contaminação do solo e das águas, tendo em vista que, segundo dados da revista abril o Brasil gera 1,5 milhões de toneladas de lixo eletrônico em um ano. Diante disso, a prevalência da obsolescência programada se torna um intensificador dos problemas ambientais gerados pelo homem.                       Outrossim, além dos problemas ambientais causados, a limitação da vida útil dos produtos eletrônicos também atua indiretamente na saúde da população, haja visto que os aparelhos possuem metais pesados que provocam aumento da pressão arterial, náuseas, fraqueza muscular, entre outros. De maneira análoga, pode-se vincular o pensamento do filósofo alemão Hans Jonas, em que para o efeito de nossas ações não destruir a possibilidade de uma vida futura próspera, é imprescindível que esses problemas sejam mitigados. Nesse contexto, o uso da obsolescência programada atua como um entrave para a prosperidade aspirada por Hans Jonas, sendo fundamental alterações nesse cenário.                    Infere-se, portanto,que medidas são necessárias para dirimir a questão. A priore, é fundamental a criação de agencias de estudo especializadas em projetos sustentáveis, onde por meio da composição tripartite - governo, universidades e entidades civis - sejam incentivados, apoiados e financiados a pesquisa e produção de novos produtos eletrônicos, como se vê na tecnologia modular holandesa, em que os "phone blocks" permitem que o usuário compre peças separadas para recomposição do aparelho, evitando assim o descarte imediato.  Além disso, é importante regulamentar e fiscalizar a produção de dispositivos, para que as empresas não usufruam de forma abusiva dos consumidores. Somente assim, a revolução industrial terá consequências mais positivas e os ideais de Hans Jonas serão alcançados, fazendo com que a sociedade e o meio ambiente convivam em harmônia.