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Enviada em: 29/07/2019

O conceito do Toyotismo, criado no Japão, traz a ideia de um modelo de produção flexível, ou seja, produtos são criados para atender a diversidade que o mercado demanda. Tal ideia é bastante utilizada na produção de equipamentos de baixa durabilidade, visto que a sociedade moderna anseia constantemente por inovações nos mais diversos campos do comércio. Entretanto, a criação de produtos com duração efêmera torna-se um problema quando realizada de maneira incontrolável. Portanto, é válido analisar os impactos ambientais gerados por esse distúrbio, bem como a intensificação do perigoso caráter consumista desse cenário.    É válido pontuar, de início, que a poluição ambiental é um grande obstáculo para tornar a obsolescência programada um método de produção viável. De acordo com o ambientalista Paul Watson, “Inteligência é a habilidade das espécies para viver em harmonia com o meio ambiente”. Entretanto, por ter como principal intuito a geração de lucros, esse meio de produção coloca, muitas vezes, as questões ambientais em segundo plano. Tal ideia é refletida na pesquisa do Programa das Nações Unidas, a qual constatou que cerca de 40 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são produzidos no mundo por ano. É inadmissível que, mesmo com os grandes avanços na área de pesquisa, esse problema seja comum na sociedade.     Além disso, destaca-se a mudança comportamental impulsionada com o capitalismo como causadora do problema. Sabe-se que a filosofia capitalista, que preza pelo acúmulo de bens privados, em conjunto com as constantes atualizações dos produtos que movem o mercado, geram uma busca incontrolável pelo produto mais moderno e que agregue maior valor ao indivíduo. Esse ponto de vista é explicado pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman, que alerta para a volatilidade da sociedade atual, pois, se antes a busca era pela manutenção das conexões antigas para torná-las prósperas e duradouras, hoje se faz justamente o contrário: livra-se daquilo que desagrada nos primeiros obstáculos.       Portanto, medidas são necessárias por parte do Governo para reduzir o problema. Para isso, cabe ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do sancionamento de leis, criar centros de coleta públicos e específicos para compostos eletrônicos. Tais centros serão projetados por engenheiros químicos e ambientais capacitados e estarão presentes em todas as cidades do país, de modo que o principal objetivo seja o destino correto de substâncias obsoletas. O MMA deve, por meio de veículos midiáticos, divulgar a criação e a importância desses locais de coleta para o bem-estar social. Dessa forma, com uma população mais informada e com resíduos bem tratados, caminharemos para uma sociedade íntegra.