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Enviada em: 14/10/2019

Permeando todo um estilo de vida moderna que o cidadão do século XXI se encontra, estão os aparelhos eletroeletronicos que, indubitavelmente, facilitaram em muito o dia-a-dia. Contudo, atingimos um ponto nesse avanço em que a necessidade de inovação não é mais tão ingenuamente motivada pelo bem e conforto da sociedade. Não obstante, a tecnologia se tornou alvo de ostentação para alguns, e motivo de decepção para outros; todos esses, contudo, impulsionados pela obsolescência programada.        É inegável o quanto evoluímos em 50 anos de avanços tecnológicos; de salas abarrotadas por 1 computador apenas, para smartfones que cabem no bolso. Fato é que, depois desse enorme salto, pouco mudou de fato para o consumidor mediano que apenas deseja suas tarefas cumpridas; os smartfones continuam fazendo ligações e mandando mensagens e as TV's de tela fina entretem tanto quanto as saudosas TV's de tubo. Se os objetivos finais desses aparelhos continuam os mesmos, a indústria desse ramo encontrou um meio de continuar vendendo para seu nicho de mercado: a implantação de softwares e aplicativos que, com o passar de inúmeras atualizações, parecem deixar o aparelho apenas mais lento para realizar praticamente o mesmo serviço. Recentemente a Apple sofreu pena judicial sob a alegação que seus celulares mais antigos continham aplicativos que, com o passar de anos, deixavam os aparelhos de telefone mais lerdos e drenando mais bateria.        Evidentemente essa política comercial é nociva, tanto no aspecto social, quanto no ambiental. No primeiro, por causa de uma relação quase bipolar do indivíduo com o seu bem de consumo, ora ostentante, ora frustrante. No segundo, pois simplesmente o planeta Terra não suportará, por muito mais tempo, que milhares de toneladas de lixo eletrônico sejam descartados todo ano, contaminando lençóis freáticos com metais pesados e lítio das baterias em nome do consumo impulsionado.        Logo, se torna imperativo, que as empresas de desenvolvimento de tecnologia dêem a opção ao usuário de manter seus softwares desatualizados, contudo operantes, sem a necessidade de obriga-los a atualizações que visem, no fundo, tornar o hardware ultrapassado e obsoleto. Da mesma forma, políticas de descarte e reciclagem, por parte dos fabricantes dos eletroeletronicos, deveriam ser cobradas pelo poder público, de forma a obrigar aqueles a arcarem com as consequências consumistas da obsolescência programada, gerando, portanto, mais empregos, poupando a contaminação do meio ambiente, e diminuindo a extração de novos recursos.