Materiais:
Enviada em: 11/10/2017

O sistema capitalista, nascido tímido nos berços feudais com o excedente da produção em forma de escambo entre os agricultores, tomou proporções gigantescas e lucro maior ainda a partir das Revoluções Industriais. Hoje, para manter a média das vendas, os empresários diversificam a cada dia mais as funcionalidades de seus produtos, além de programarem sua obsolescência, tornando necessário ao consumidor voltar a adquirir novos produtos. Esse fato é causado pela necessidade de manter o lucro dos grandes empresários, porém agride a saúde da população e a do meio ambiente que não tolera tamanho nível de agressão.         Em primeiro plano, os lixões tecnológicos existentes pelo mundo, contaminam o solo, a água e o ar com a liberação de gases nocivos como o CO2 ou os famosos CFCs. Esses acontecimentos discorrem devido ao interesse dos grandes capitalistas na manutenção do próprio lucro, pois quando o produto possui uma "data de validade", o consumidor adquiri um novo e descarta o antigo. Entretanto, desde a retirada da matéria prima da natureza, o processo gera danos no meio ambiente, na maioria, irreversíveis em curto prazo e que podem acarretar no fim da estabilidade mínima necessária para a vida na Terra, desencadeando desastres como chuvas ácidas ou até mais graves, como a extinção de espécies ou o derretimento das geleiras e, consequentemente, o aumento do nível do mar.      Além da questão ambiental, a obsolescência programada gera na população o costume de generalizar o tratamento efêmero dado aos produtos, também às relações cotidianas. Esse ponto de vista é explicado pelo sociólogo Zygmut Bauman que, em seu livro "Modernidade Líquida", alerta para a "coisificação" das relações humanas que, se antes a busca era pela manutenção das conexões antigas para torná-las prósperas e duradouras, hoje, faz-se o contrário, livra-se daquilo que desagrada nos primeiros obstáculos. Tal processo torna o indivíduo inseguro de si e de sua realidade, pois ambos podem mudar repentinamente e tornarem-se mal vistos pelos outros, influenciando no desenvolvimento de problemas psicológicos como a depressão, a ansiedade e até transtornos mentais.          Em suma, medidas são necessárias para reduzir o problema. Para isso, cabe ao Governo Federal em conjuntura com o Ministério do Meio Ambiente, tabular uma lei que estabeleça limites para as emissões de produtos poluentes no ar e na água e, para fiscalizar a efetividade dela, formar equipes de engenheiros que produzam aparelhos para medir esses índices, químicos industriais para fazer a avaliação correta e ainda, para reduzir gastos, tornar essa participação parte do estágio dessas áreas. Além disso, é dever das escolas programarem palestras com psicólogos para ensinar aos alunos a necessidade de evitar a dependência tecnológica, criando consumidores críticos da qualidade e necessidade de cada produto.