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Enviada em: 14/10/2017

A obsolescência do consumismo    Com o advento da produção em série durante o final do século XVIII e o subsequente avanço capitalista, as relações comerciais mudaram e passaram a focar na quantidade de produtos vendidos e na extensão de seu mercado consumidor. A obsolescência programada é consequência dessa mentalidade, e é uma afronta aos consumidores por aumentar a desigualdade social existente e causar significativo impacto ambiental.    Primordialmente, cabe-se tratar da relação entre obsolescência programada e desigualdade social. Antes do lançamento anual do iPhone, é comum formarem-se filas quilométricas nas portas da Apple Store, constituída por consumidores que desejam ser um dos primeiros a adquirir o novo produto, que é notório símbolo de status. As classes mais pobres acabam parcelando o valor e contraindo dívidas altas para comprá-los, faltando dinheiro, muitas vezes, até para necessidades mais básicas, como a compra de material escolar para os filhos e idas ao mercado.    Ademais, urge a necessidade de analisar os impactos ambientais gerados por tal prática. As principais empresas fabricantes de computadores, como Samsung e Microsoft, utilizam ligas de ouro e outros metais pesados na fabricação de seus componentes. Quando descartados incorretamente, frequentemente em lixões de países subdesenvolvidos, esses materiais contaminam o solo e, além de produzir gases nocivos à saúde humana, como o chorume, podem afetar os lençóis freáticos.    Em suma, a prática da obsolescência programada deve ser combatida pelos profundos danos ambientais e sociológicos que causa. Isso deve ser atingido com parceria entre o Ministério da Cultura, através do Instituto Brasileiro de Museus, e ONGs de modo à organizar exposições de âmbito nacional para mostrar para a população os males do consumismo desenfreado. Cabe a Polícia Federal, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, fiscalizar e punir o descarte inadequado em massa de materiais que possam contaminar o solo.