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Enviada em: 17/10/2017

O capital e a desinformação       O celular nasce bom, mas a obsolescência programada o corrompe. A paráfrase do filósofo Rousseau emerge um dos fatores do consumismo no globo. Assim, os perigos da obsolescência programada estão vinculados ao excessivo dispêndio com os aparelhos eletrônicos, além do marketing pesado sobre os novos produtos. Diante disso, o Estado viabiliza o crédito para o consumo, enquanto os estamentos sociais se tornam reféns da redução da vida útil dos aparelhos de última geração.        A priori, a cada seis meses, de acordo com a Revista Science, são lançados novos modelos tecnológicos, em especial os celulares. Embora, com preços exorbitantes e parcelas “a se perderem de vista”, as vendas são mais que satisfatórias, mesmo que o comprador saiba da limitação de vida útil do aparelho. Somado a isso, o acelerado consumo aumenta a demanda por matérias primas e acaba por fatigar um já exaurido meio ambiente. Por conseguinte, a obsolescência leva a um ciclo consumista.           Nesse mesmo viés, o pesado aporte midiático e a exaltação social das novidades faz com o que a sociedade de consumo busque pelo artigo da moda. Não obstante, de acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), as inadimplências cresceram vertiginosamente na última década. Ainda assim, muitos brasileiros gastam além do que arrecadam por impulso, sem precisar do artefato. Além disso, o descarte dos velhos aparelhos, assim como o lixo eletrônico, é desconhecido do consumidor.           Desse modo, é preciso refletir sobre o real mister do objeto para que seja alcançado um equilíbrio no consumo, como disse o filósofo Aristóteles, “ toda virtude é um ápice entre dois excessos”. Por isso, a sociedade pode boicotar a obtenção de novos produtos que se desgastam rapidamente e usufruir o máximo do item, bem como ela deve exigir o “feedeback” do descarte apropriado dos produtos eletrônicos. Dessa forma, o Estado deve, por meio de leis, fiscalizar a maneira de como são elaboradas as propagandas para que não se vinculem uma falsa condição social ao consumo. Ademais, o poder Estatal precisa implementar no ensino de base matérias sobre a educação financeira a fim de que os futuros consumidores não sejam reféns ao impulso consumista. Por fim, os perigos da obsolescência programática estão atrelados ao capital e a desinformação.