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Enviada em: 19/10/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento da revolução técnico-científico, permitiu a consolidação dos meios de comunicação e da internet a partir da crescente acessibilidade da população aos eletroeletrônicos. Nesse viés, os parâmetros capitalistas pautados no rendimento propõem, pela obsolescência programada, a continuidade da produção e do consumo em larga escala com a massificação comportamental, configurando assim, problemas sociais e ambientais.                Em primeira análise, é válido ressaltar os perigos da obsolescência programada na modernidade. A esse respeito, relaciona-se a emblemática data de validade dos bens materiais, como celulares e computadores, por exemplo, que geram grande insatisfação dos consumidores, isso posto as reclamações diárias no Programa de Proteção e defesa do consumidor (PROCON). Em corolário a isso, suscita-se a necessidade de uma nova compra, acentuando o descarte e o acúmulo de lixos e a contaminação da natureza por baterias e carcaças, divergindo dos princípios da sustentabilidade.                        Na esteira do processo de produção com baixa durabilidade, alude-se à manipulação gerida pelo atuante sistema de produção concorrencial. Isso porque, como proferido por Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos indivíduos, forçando imagens errôneas. Alinhado a isso, o filósofo Rousseau propõe que o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado, demonstrando a subordinação ideológica coletiva à cultura de massa. Destarte, constata-se uma conjuntura de progressivas modificações, muitas vezes, insignificantes, das linhas e modelos dos produtos que, equiparado à baixa qualidade e à modelação de comportamentos, resultam no aliciamento ao consumo.                      Torna-se evidente, portanto, os desafios anunciados pela obsolescência programada. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, as instituições privadas, as escolas e a sociedade. O governo, em concordância com as instituições privadas, deve regulamentar as normas a fim de limitar a obsolescência programada, com a imposição de regras de qualidade às empresas, uma fiscalização atuante e permanente no setor industrial e o gerenciamento das reclamações do consumidor com a aplicação de multas. Cabe às escolas propor debates em salas de aulas e seminários com sociólogos e estudiosos, envolvendo toda a sociedade para trabalhar o senso crítico, a educação ambiental e o consumismo exacerbado. A articulação dessa pluralidade é impreterível na busca do equilíbrio socioambiental.