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Enviada em: 24/10/2017

Em tempos pós Revolução Industrial e ascensão capitalista, é notório a intensificação das relações entre indivíduo e consumo. Nesse aspecto, dialogando com as ideias de Karl Marx, os modos de produção, bem como as interações econômicas afetam a sociedade hodierna. Por conseguinte, o sistema vigente encontrou na obsolescência programada a "arma" para manter seu caráter persuasivo. A partir disso, percebe-se que o consumo exacerbado em detrimento à proteção ambiental constituem a dicotomia do cenário brasileiro.    A priori, embasadas pelo modelo de produção em massa de Henry Ford, as empresas atuais visam conhecer o perfil dos consumidores. Isso porque torna-se mais viável a criação de métodos de incentivo à compra e garantia do lucro. Além disso, a posse material apresenta-se como formadora da identidade voltada para o status que, em consonância com o pensamento de Jean-Pierre Poulain, demonstra que o ato de se alimentar não é só biológico, mas transcende a cultura do capitalismo. Assim, à medida que a vida útil dos produtos é reduzida, a massa consumidora torna-se mais alienada, disposta a trocá-los com maior frequência.    Por outro lado, a influência direta com os recursos naturais corrobora para a permanência do estado de entropia ambiental. Isso ocorre devido ao novo ciclo de duração das mercadorias e o descarte de suas embalagens, que contribuem para o aumento do lixo que precisa ser reciclado. Entretanto, a carência de políticas públicas que visem o manejo correto dos resíduos, principalmente eletrônicos, afasta a ideia de sustentabilidade, Dessa forma, a tentativa de equilíbrio nas relações econômicas continua protagonizando o panorama nacional.    Fica evidente, portanto, que são necessárias medidas para a resolução do impasse. Sendo assim, o Ministério Público em parceria com o Ministério do Meio Ambiente deve organizar campanhas informativas utilizando de cartilhas e propagandas publicitárias. Ademais, o apoio midiático auxiliaria no objetivo de reeducar os consumidores tanto na questão da aquisição do produto como no seu descarte. Resta saber se os órgãos mencionados pretendem trilhar os passos em direção a contornar os perigos ocasionados pela obsolescência programada.