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Enviada em: 25/10/2017

A prática da obsolescência programada é consequência de uma importante característica do sistema econômico vigente: a busca incessante pelo lucro. Nesse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: a insustentabilidade da prática e seu papel na intensificação do consumismo.             No cenário hodierno, o processo de acúmulo de capital leva muitas empresas a criarem produtos com uma vida útil extremamente reduzida, obrigando consumidores a trocá-los com frequência. No entanto, tal conduta é insustentável, uma vez que, para que exista essa grande produção, são superexplorados recursos naturais finitos, como água, minérios, petróleo, entre outros, acarretando graves danos ao meio ambiente. Não obstante, a obsolescência programada gera toneladas de resíduos e lixo, que são, muitas vezes, descartados de maneira incorreta, ocasionando ainda mais problemas ambientais, que, por sua vez, levam a prejuízos para a saúde humana.       Além disso, a obsolescência programada e o consumismo exacerbado, característico das sociedades contemporâneas, estão intrinsecamente ligados. Para que os produtos sejam vendidos, as empresas investem fortemente em propaganda, despertando nas pessoas o desejo e atrelando à mercadoria um valor irreal, o que, segundo Marx, configura o Fetichismo do produto. Dessa forma, a mercadoria, mesmo tornando-se obsoleta em um curto período, continua sendo comprada,  perpetuando-se, assim, o consumismo e suas consequências.       Em vista do exposto, tornam-se necessárias medidas que busquem frear os impactos da obsolescência programada sobre o consumo e meio ambiente. O Estado, nesse contexto, deve, por meio de leis, garantir que todas as empresas de produtos duráveis ofereçam a coleta de mercadorias antigas a seus consumidores e, sempre que possível, utilizem-se das mesmas na produção de novos ítens. Ademais, o Governo Federal deve, com o apoio de emissoras de canais abertos, criar propagandas alertando a população sobre os perigos e impactos do consumismo, incentivando os cidadãos a um consumo consciente.