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Enviada em: 22/04/2018

O estudo da história revela que a Revolução Industrial estimulou o consumo em massa como um caminho para o crescimento econômico e a prosperidade das nações, soma-se a isso, a Crise de 1929, na qual economistas norte-americanos difundiram para o mundo a tese de que o comércio de produtos com alta durabilidade diminui a circulação de capital e enfraquece a economia. Assim, surgiu o conceito de obsolescência programada que, atualmente, prejudica a natureza e a saúde de milhares de pessoas.   Desse modo, na década de 1930 empresas americanas que comercializavam lâmpadas incandescentes organizaram um conglomerado econômico, cartel, com o objetivo de reduzir o tempo de vida útil dos filamentos de tungstênio presentes nesses produtos. Atualmente, essa ideia de obsolescência planejada é utilizada na fabricação de produtos, como "smartphones" e computadores, que tornaram-se uma das principais causas da degradação da natureza, visto que, por exemplo, para ocorrer a produção de um microchip de silício é necessária a exploração dos solos em busca de minérios e utilizam-se dezenas de litros de água em todo o processo de produção desses bens de consumo,bem como são liberadas centenas de partículas e gases tóxicos.   Outrossim, o mercado publicitário brasileiro contribui para a expansão da sociedade do consumo e, consequentemente, para processo de obsolescência programada, por meio da difusão do pensamento do economista Victor Lebrow, de que o capitalismo exige que as pessoas procurem sua satisfação pessoal no consumo. Destarte, empresas de diversos segmentos, como o vestuário e o automotivo veiculam nos meios de comunicação de massa propagandas, cujo objetivo é associar a compra de um produto ao bem estar e felicidade. Assim, manipulados pelos comercias milhares de pessoas consomem de forma desregrada e fortalecem o ciclo da obsolescência planejada, bem como desenvolvem problemas psicológicos, como a compulsão por compras a ansiedade e a depressão.   Logo, o desenvolvimento da sociedade capitalista brasileira e a influência do mercado publicitário são fatores que fortalecem a obsolescência programada. Diante disso, cabe ao Ministério do Meio Ambiente e ao Conselho Nacional do Meio Ambiente impor limites à exploração da natureza por empresas responsáveis por produtos, que rapidamente tornam-se obsoletos, por meio, respectivamente, da tributação e aplicação de multas. Por fim, o CONAR deve trabalhar em parceria com o Conselho Federal de Psiquiatria na analise dos comerciais de rádio e televisão, com o intuito de proibir os anúncios publicitários que possuem associação explicita entre a necessidade de consumir para conquistar a felicidade ou relacionam um produto velho com a insatisfação pessoal.