Materiais:
Enviada em: 08/06/2019

O sociólogo Durkheim alegava que a consciência coletiva é fundamental à coesão social. Nessa perspectiva, a falta de empatia com o próximo, inerente às consternações as quais dificultam o ensino à distância no País, interfere nas relações sociais e do bem-estar comum. Isso se deve, sobretudo, a ausência da inclusão digital para para o acesso a educação, bem como a insuficiente interação pessoal entre o aluno e o professor. Essa circunstância demanda uma atuação mais arrojada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o fito de superar tais mazelas.         De fato, é indubitável que a questão estatal e sua aplicação contribuam para potencializar o problema. Sob esse prisma, de acordo com Aristóteles o exercício político tem por objetivo promover o bem-estar dos cidadãos. Nesse ínterim, denota-se que boa parte da população não obtém, mormente, o alcance à tecnologia, tendo em conta os indivíduos ainda viverem em locais distantes em que a era digital não persiste, o que, por sua vez, torna a EAD (Educação à distância) uma ferramenta inviável para a formação dos cidadãos. Tal circunstância comprova-se em dados divulgados pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet), em que existem cerca de 27 milhões de residências desconectadas da rede virtual. Essa situação abjeta inibe a utilização da internet para a aproximação com o ensino, além de impedir o conhecimento das vantagens didáticas dessa plataforma de aprendizagem.        Outrossim, conforme o filósofo Zygmunt Bauman, a presença da modernidade líquida se dá a partir da fluidez nas relações do cotidiano. Segundo essa premissa, ressalta-se a dificuldade, comumente, da socialização entre o aluno e o seu tutor, a considerar a falta de imediatidade das mensagens por via "on-line", além da escassez dos encontros presenciais em salas de aula. À vista disso, os pensadores de Frankfurt, dentre eles, Adorno, criticava a manipulação do sistema capitalista por intermédio da comunicação em massa. Com efeito, tal metodologia corrobora para a formação de cidadãos com o déficit do conhecimento transmitido, além de favorecer a má construção da crítica e da razão. Logo, essa conjuntura reitera o desequilíbrio social proposto pela teoria bauniana.       Urge, portanto, que, diante dos desafios do ensino à distância no Brasil, a necessidade de intervenção se faz imediata. Para tanto, cabe ao Estado, em consonância com o Ministério da Educação, implementar um sistema virtual para o alcance à internet em áreas de difícil acesso, por meio de emendas constitucionais e aparatos tecnológicos, como a implantação de antenas com sistema "Wi-Fi", com o fito de garantir o ingresso dos indivíduos ao aprendizado virtual. Ademais, compete à escola, em conjunto com à família, elaborar fóruns de discussão pedagógica, por intermédio de mesas redondas, a fim de estimular o diálogo e o senso crítico. Destarte, a coesão de Durkheim será efetiva.