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Enviada em: 13/06/2019

Pequenas iniciativas, grandes oportunidades     Preconceito, sucateamento do ensino, mercantilismo educacional. Diversos são os desafios enfrentados pelo Ensino a Distância (EAD) no Brasil. Ao longo do processo de formação do Brasil como Estado nacional, construiu-se um modelo educacional categoricamente exclusivo, de forma que apenas famílias de classes altas tivessem acesso à educação. Com efeito, esse panorama de desconstrução educacional, fruto de uma herança histórica elitista e da ineficácia do Estado em reverter esse quadro, mostra-se um desafio a ser superado com urgência.       Em primeira instância, sob a ótica historiográfica, esse passado educacional elitista fomenta um complexo cenário de desigualdade no sistema de ensino do país, haja vista que as populações mais carentes ainda têm um ensino precário. Entretanto, segundo dados do Ministério da Educação, cerca de 4 milhões de estudantes se matricularam no ensino superior a distância em 2014, sendo a maior parte deles de classes baixas e médias, o que mostra a indubitável importância do investimento nesse modelo educacional. Cabe ressaltar, também, que o advento do EAD possibilita a democratização do ensino, pois possui menor custo financeiro, maior flexibilidade de tempo, além de uma multimodalidade no ensino que possui aulas em áudios, vídeos e conferências.      Em um segundo plano, a ineficácia Estatal em reverter esse panorama motiva o esfacelamento moral da sociedade, visto que as escolas e universidades são meios não só para a ascensão intelectual do indivíduo, mas também, para sua ascensão moral. Sendo assim, maiores são os motivos para que o Governo invista no ensino EAD. Ademais, toda essa conjuntura materializa a ideia de "Virtualização", de Pierre Lévy, o qual busca compreender como na atualidade tudo passa do mundo real para o virtual, incluindo ações, sentimentos, textos, e por fim, a educação. Outrossim, o artigo 205° da Constituição Federal garante que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e, no entanto, poucas pessoas sabem desse direito que lhes é assegurado pela Constituição Cidadã.        Portanto, é perceptível que o passado educacional elitista que ainda reverbera no país e o descaso Estatal em reverter essa situação são desafios para o ensino a distância no Brasil. Visto isso, a fim de garantir acentuada melhora nesse panorama, cabe ao Governo Federal, via Ministério da educação, por meio do redirecionamento de verbas, investir na criação de mais turmas EAD tanto no ensino público como no ensino privado, em parceria com universidades particulares. Dessa maneira, todos os cidadãos serão beneficiados e a reflexão de Pierre Lévy será uma feliz realidade cada vez mais presente no  contexto nacional.