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Enviada em: 13/06/2019

No começo do século XX, apareciam nos programas radialistas as primeiras propagandas de cursos de EAD (educação a distância). Os primeiros cursos foram de eletrônica e rádio por meio de “cartas-aulas” que eram entregues via correio para os assinantes. Embora revolucionário e capaz de difundir acessibilidade e menor custo benefício, este serviço com o passar do tempo ainda apresenta desafios para sua consolidação e eficiência.      Convém ressaltar, em primeiro plano, que o avanço da tecnologia favoreceu em massa o sistema de EAD, que hoje é encontrado em sua maior parte na internet. Segundo o sociólogo Manuel Castells, a chamada “sociedade em rede” se caracteriza pela relação estabelecida em mídias virtuais que tem seu principal intuito na descentralização do conhecimento. Sob esse viés, a educação nas redes é disseminada não necessariamente por professores, mas por indivíduos que criam cursos e canais para transmitir conhecimento; prova disso é famosa estudante de história, Débora Aladim, que usa de seu canal no Youtube para ensinar de forma diferente história e técnicas de redação. Ainda que, ações como essa beneficie indivíduos que não possuem condições financeiras e tempo hábil, existe muitas pessoas despreparadas que utilizam do mesmo recurso para propagar conhecimento errôneo e ultrapassado que prejudica milhares de pessoas.      Outrossim, o ensino em EAD muitas vezes não tem seu valor reconhecido, pois alguns cursos online não tratam a educação com seriedade e acabam “manchando” o sistema de ensino contemporâneo. Ademais, esses cursos são oferecidos por baixo custo e com carga horária flexiva, o que resulta na difusão de conhecimento superficial e passageiro. Todavia, não há aprofundamento nas temáticas e acabam se tornando apenas produtores de diplomas. Logo, o equilíbrio entre custo benefício e qualidade na educação é quebrado.     Torna-se evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para que haja o restabelecimento do equilíbrio. Para tanto, o Ministério da Educação, por meio de seus profissionais da tecnologia criem um sistema que possa avaliar as plataformas de transmissão de conhecimento para que o ensino, independente do seu meio de propagação, seja tratado com responsabilidade e compromisso para com o internauta. Em paralelo, os usuários das redes devem sempre pesquisar sobre à integridade dos meios de comunicação online e suas fontes. Assim, consoante com sociólogo Edgar Morin, estará se educando para complexidade e não para a superficialidade.