Materiais:
Enviada em: 17/06/2019

A partir do seu surgimento na Segunda Guerra Mundial, ocorrida no século XX, a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Científica suscitou uma profunda mudança na sociedade em decorrência dos avanços tecnológicos em diversos setores, incluindo o educacional. Atualmente, o ensino à distância no Brasil está em ascensão e, cada vez mais, faz parte da realidade dos estudantes brasileiros. Faz-se necessário, portanto, analisar os fatores que propiciam o crescimento da educação à distância no país e os desafios desse modelo acerca da sua democratização.       Em primeira análise, a educação à distância possui benefícios que estimulam sua procura. De acordo com o Censo da Educação Superior realizado pelo Ministério da Educação em 2016, houve um crescimento de cerca de 7,2% no número de matrículas de faculdades à distância em relação a 2015. Além disso, o MEC também prevê que, em cinco anos, é provável que quase metade das matrículas do ensino superior correspondam ao ensino à distância. Isso se deve, sobretudo, à facilidade de obtenção de conhecimento, com aulas que podem ser assistidas em qualquer lugar que o aluno possuir acesso à internet, sem a necessidade de deslocamento específico, além da flexibilização de horários, já que o aluno escolhe a hora desejada para estudar conforme sua rotina. Assim, tais fatores proporcionam o aumento do interesse dos estudantes pela educação virtual.         Em segunda análise, uma grande parte da população brasileira de baixa renda não possui acesso à internet, o que dificulta a democratização do modelo de ensino virtual. Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil divulgou que apenas 30% das residências da população mais pobre possuem acesso à rede mundial de computadores, seja a partir de celulares ou computadores, enquanto que em relação às classes médias e altas a taxa é maior que 90%. Desse modo, a educação à distância se torna um meio elitizado de estudo, e com a crescente qualidade desse ensino, a disparidade educacional entre ricos e pobres aumenta intensivamente, fomentando ainda mais a desigualdade social vigente no Brasil.        Infere-se, portanto, que são necessárias providências para atenuar o problema exposto. Com o intuito de promover a inclusão digital, o Estado deve financiar centros de integração digital em comunidades carentes, como lan houses e cyber cafés, com preços acessíveis que possibilitem o acesso de pessoas com poucos recursos ao meio cibernético e, por conseguinte, a inserção delas na educação à distância, que também possui aulas gratuitas em plataformas digitais disponíveis a todos. Além disso, as próprias escolas presenciais podem estimular os alunos a obterem conhecimento relevante por meio da internet e usufruirem dos benefícios da Revolução Científica do século XX.