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Enviada em: 26/06/2019

O escritor Alvin Toffler caracterizou o analfabeto do século XXI como aquele que não sabe aprender, desaprender e reaprender. Nessa sentença, ele se referia ao cenário de constantes mudanças no qual os indivíduos estão imersos hoje em dia, grande parte delas ocasionadas pela internet. Dentro dessa conjuntura, insere-se a educação à distância (EAD), método de ensino que, embora possua relevantes benefícios e tenha potencial na sociedade moderna, apresenta desafios no que tange à manutenção da qualidade e certificação de meio eficaz para a formação de profissionais no Brasil.      A princípio, é indispensável frisar os benefícios do estudo não presencial. Nesse sentido, segundo a Associação Brasileira de Educação à Distância, sete milhões de brasileiros estavam matriculados em alguma modalidade de EAD em 2017. Tal dado revela que muitas pessoas optam por esse tipo de formação devido à flexibilidade de tempo e aos valores das mensalidades, os quais são inferiores aos de cursos presenciais. Além disso, a possibilidade de assistir às aulas de qualquer lugar contribui para a democratização do ensino superior no país, visto que pessoas cujo horário de trabalho é integral, por exemplo, podem conseguir seus diplomas. Por conseguinte, percebe-se o ganho à realidade brasileira, pois, com a população bem preparada, as chances de inserção no mercado de trabalho aumentam.       Por outro lado, a educação à distância pode trazer perdas ao aprendizado, como a diminuição da interação aluno-professor, a qual é fundamental para tirar dúvidas, levantar discussões e apurar o senso crítico dos discentes. É válido destacar também que muitas instituições possuem poucas aulas práticas, fato que, dependendo do curso, pode ser prejudicial. Com efeito, o filósofo Aristóteles defendia a importância do "corpus aristotelicum", cuja premissa era a necessidade das disciplinas práticas para a formação cidadã dos estudantes. Destarte, delineia-se a responsabilidade estatal na questão, pois se trata de profissionais que atuarão na sociedade, fazendo com que uma fiscalização governamental seja necessária, com vistas a atingir um bom ensino capaz de formar indivíduos habilitados.       Fica claro, portanto, que para atingir os benefícios da educação à distância é preciso assegurar a oferta de cursos de qualidade. Para isso, cabe ao Ministério da Educação criar uma diretriz que regulamente as instituições que oferecem esse modelo. Isso pode ser feito por meio da implantação de normas que estabeleçam número mínimo de aulas práticas, e avaliações aplicadas por fiscais do MEC aos alunos, a fim de monitorarem o aprendizado. Ademais, funcionários do mesmo Ministério publicarão um ranking, no qual os melhores centros educacionais receberão destaque e os piores serão punidos com taxações dos órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais. Dessa forma, o ensino não presencial poderá se tornar completo, confiável e democrático para todos os brasileiros.