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Enviada em: 28/06/2019

No documentário “O futuro da aprendizagem”, de Manuel Castells, relata a nova forma de ensino na era globalizada, a qual é cercada por tecnologias e o aluno encontra-se em meios físicos e virtuais. Nesse sentido, a narrativa foca na saída de um âmbito obsoleto de aprendizagem e expõe os benefícios da Educação a Distância (EAD), dentre eles: maior flexibilidade, economia de tempo e redução de custos. Fora da ficção, o cotidiano brasileiro enfrenta sérios obstáculos para difundir esse potencial inclusivo do estudo “on-line”, no qual – seja pelo preconceito popular, ora pela exclusão digital existente no país – consolida uma estrutura social com dificuldades de acesso à educação.     Em princípio, cabe analisar a discriminação popular com o novo modo de ensino sob a visão de “Virtualidade” do filósofo francês Pierre Lévy. Segundo o autor, o mundo virtual não é oposto ao real, e sim uma continuação mais acessível dele. Analogamente, parte da sociedade contradiz esse pensamento com perspectivas preconceituosas sobre a EAD – a qual idealiza que somente o ensino presencial é capaz de formar profissionais capacitados e julga ser de baixa qualidade o aprendizado “on-line”. Por consequência, cada vez menos pessoas se interessam pela didática digital, o que torna, gradativamente, o modelo educacional brasileiro ultrapassado.    Ademais, além do preconceito social, a desigualdade virtual também corrobora na problemática e convém ser contestada sob a perspectiva do sociólogo francês Émile Durkheim. Segundo o autor, o indivíduo só poderá agir na medida em que conhecer o contexto em que está inserido. Dessa forma, o cidadão, que vive na zona rural e não consegue estudar presencialmente, tende a buscar o ensino digital para romper as barreiras físicas, todavia, ele e mais 34% de brasileiros que vivem afastados dos centros urbanos, como afirma o Jornal Exame, enfrentam outro obstáculo que os impedem de agir: a falta de acesso à internet nesses locais. Logo, a carência de tal recurso marginaliza quem necessita do estudo virtual e fortalece a disparidade na educação.        Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, a mídia digital, com apoio do Ministério da Educação, deve promover postagens nas redes sociais acerca dessa temática, de modo a usar vídeos do cotidiano, com estudantes digitais, que possam ressaltar a qualidade e os benefícios do aprendizado “on-line”. Dessa forma, será possível desconstruir o preconceito popular sobre a EAD e difundir esse novo modelo educacional pelo Brasil. Além disso, o governo, por meio de verbas públicas, deve promover campanhas intensivas de acesso à internet em regiões afastadas, a fim assegurar esse recurso para cidadãos que necessitam da didática virtual e garantir maior flexibilidade ao estudo, assim como no documentário “O futuro da aprendizagem”.