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Enviada em: 12/07/2019

Os avanços tecnológicos do final do século XX impuseram um cenário cada vez mais interligado através da Globalização. Com a tecnologia da informação, uma gama de atividades, antes manuais, passaram a ser executadas por sistemas computadorizados e softwares modernos, fato que permitiu o aperfeiçoamento e a consolidação de processos antes presenciais, como a educação à distância. Nesse contexto, a modernização gradualmente maior no âmbito cibernético propõe um cenário em que as aulas digitais tomarão conta da educação brasileira, panorama que representa um desafio conflituoso em relação a manutenção do ensino no país.    É indubitável que o ensino à distância tem colaborado para a facilitação do acesso à educação no país. Com a acessibilidade de valores e a autonomia das aulas, o EaD se transformou na modalidade mais acessada pelo país, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). A vantagem da oferta desses cursos online é que ela permite que o estudante administre sua vida profissional com os estudos, e ainda garanta certificação para aplicação no mercado de trabalho. Assim, a educação modernizou-se para entrar no cotidiano do indivíduo que tem sua rotina cada vez mais ocupada.    Por outro lado, a consolidação dessa modalidade ainda sofre diversos obstáculos para sua aplicação no Brasil. Se por um lado o Ead seja capaz de atingir um público mais abrangente, por outro, tem se tornado alvo de questionamentos acerca da qualidade de ensino e aprendizado pelos alunos. Segundo César Callegari, pres. Inst. Bras. Sociologia Aplicada, a modalidade tem diminuído o contato entre o mestre e o aprendiz, representando um perigo à manutenção da educação no país, por formar frágeis profissionais ao mercado. Somado a isso, a monopolização do Ead na educação é incapaz de integrar as populações isoladas do vasto território brasileiro, como as ribeirinhas, em razão da localização fora da área de cobertura das redes.    Observa-se, portanto, que o avanço da educação digital necessita de adaptações para o Brasil. Para tal, urge que o Ministério da Educação exija um padrão de metodologia - no qual estabeleça um número mínimo de horas de aplicação, assim como a capacitação em testes de averiguação -, através da certificação das instituições aptas conforme regulamento, por meio da realização de auditorias nos sites de ensino. Desse modo, a qualidade do ensino poderá ser alcançada, para, que, assim, os brasileiros optem por ter um histórico acadêmico legitimado. Em adição, o Governo Federal deve criar redes de ensino integrado, por meio da disponibilização de materiais didáticos em polos estratégicos para a aplicação a comunidades inalcançadas pela rede.