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Enviada em: 03/08/2019

De acordo com o Artigo 205 da Constituição Federal brasileira, promulgada em 1988, a educação é um direito de todos, dever do estado e representa uma ferramenta de suma importância para o desenvolvimento da sociedade brasileira e exercício da cidadania. No entanto, no cenário contemporâneo brasileiro, ainda que a tecnologia tenha possibilitado que a educação à distância se fortalecesse no país, sobretudo pelo seu caráter adaptativo, esse modo de educação ainda enfrenta alguns desafios no Brasil, especialmente pela falta de investimentos no setor.       A princípio, é importante ressaltar que a educação à distância, aliada aos avanços tecnológicos, mudou a forma como se ensina hoje no Brasil. Segundo o filósofo alemão Zygmunt Bauman, vive-se hoje em uma modernidade líquida, na qual as transformações ocorrem com uma alta frequência. De modo análogo, observa-se que essas mudanças rápidas também acontecem no sistema de ensino brasileiro. Nesse sentido, o uso de apenas um dispositivo conectado à internet possibilita a diversos alunos brasileiros uma forma de educação adaptável, na qual o discente pode escolher quando e onde assistir às aulas, participar de monitorias e resolver exercícios. Essas características contribuem para uma perspectiva positiva de crescimento desse modelo de educação no país.       Por outro lado, os baixos ou ineficientes investimentos na educação à distância constituem um desafio a ser enfrentado por esse modo de educação. De acordo com o economista inglês Arthur Lewis, a educação nunca pode ser considerada como despesa, ela é sempre um investimento com retorno garantido. Desse modo, observa-se que a situação no Brasil vai de encontro ao pensamento de Lewis, já que no país a educação é sempre vista como uma despesa. Nesse contexto, o descaso com os investimentos por parte das instituições privadas de ensino, por causa do foco total no lucro, e das governamentais, pelo ineficiente emprego de capital, prejudicam a estrutura e a qualidade de ensino dessas entidades. Por conseguinte, o aluno tem sua formação afetada e, no caso das instituições particulares, muitas vezes, não tem seu curso reconhecido pelo Ministério da Educação.       Portanto, percebe-se que, apesar das perspectivas positivas para a educação à distância (EAD), ela ainda enfrenta obstáculos no Brasil. Para que esse modelo de ensino continue a crescer no país, urge que o Ministério da Educação e Cultura, por meio de verbas governamentais, amplie os investimentos, de forma eficiente, no setor de educação à distância, visando a melhoria das plataformas virtuais e a capacitação dos docentes que prestam seu serviço nessas entidades. Ademais, no caso das instituições privadas, é necessário que o Congresso Nacional formule leis para elevar sua fiscalização e, agindo junto com o Código de Defesa do Consumidor, assista os alunos que se sentirem lesados.