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Enviada em: 24/07/2019

O modelo escolar tradicional, idealizado pelo pedagogo espanhol Francisco Ferrer, tem como objetivo a inserção do indivíduo num ambiente próprio e específico, voltado para a disseminação da ciência e do conhecimento. No mundo hodierno, com o desenvolvimento e a difusão da internet, após a Revolução Técnico-Científica do século XX, o ensino a distância tem alterado paradigmas, ao promover a expansão e a democratização do aprendizado. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os desafios inerentes à questão no Brasil, além da necessidade de políticas públicas específicas.        Em primeira análise, é indubitável que o desenvolvimento de plataformas de ensino em ambientes virtuais alterou significativamente a realidade brasileira. Nesse sentido, é cada vez mais comum encontrar pessoas assistindo aulas e participando de atividades pedagógicas “on line”, seja nas telas de computador, ou, até mesmo, no display dos seus aparelhos celulares. Tal assertiva pode ser comprovada ao se analisar o Censo da Educação Superior, publicado em 2018, pelo INEP, segundo o qual, um em cada cinco estudantes matriculados no ensino superior estuda a distância.     Em segundo plano, os benefícios dessa modalidade de ensino perpassam desde uma maior flexibilidade para o aluno, até uma maior abrangência dos trabalhos e atividades desenvolvidas. Nesse diapasão, Manuel Castells, sociólogo espanhol, chama atenção para a transformação da educação em um “espaço de fluxos”, em substituição do tradicional “espaço de lugares”, evidenciado no modelo tradicional de ensino. Assim, a educação contemporânea, caracterizada pela vasta quantidade de informações, encontra, no ensino a distância, um maior alcance, e, consequentemente, uma maior capacidade de inclusão do educando.        Evidencia-se, por conseguinte, a necessidade de incentivar e debater as perspectivas da educação a distância no Brasil. Dessa forma, urge que o Estado, em ação conjunta do Ministério da Educação e da Tecnologia, desenvolva plataformas virtuais de ensino, em parceria com escolas públicas e privadas, com materiais voltados desde a educação básica, até a formação superior, com o intuito de disseminar o uso desses ambientes. Ademais, é mister o incentivo governamental, por meio da redução da carga tributária, à compra de aparelhos tecnológicos, principalmente computadores pessoais, e à rede de internet, como alternativas para uma maior inclusão. Dessa maneira, o ensino tornar-se-á uma ferramenta ainda mais forte na democratização do conhecimento, ultrapassando os limites das paredes escolares, como preconizado por Ferrer.