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Enviada em: 13/08/2019

Quando a internet foi criada, em 1969, nos EUA, a rede foi vista como uma promessa de quebra das fronteiras físicas e sociais que impediam a difusão da conhecimento, uma possibilidade de ensino universal. No entanto, percebe-se atualmente que, no Brasil, tal promessa está longe de se realizar, não pela falta de informação, mas pelo fato de que as ferramentas necessárias para ter acesso a tais conhecimentos se mostram atualmente inacessíveis à grande maioria da população.    Primeiramente, deve-se notar que é inegável que na internet há uma enorme quantidade de conhecimento de qualidade e, em grande parte, gratuito. Grandes universidades, como a Universidade de Cambridge, Oxford e muitas outras, oferecem uma miríade  de cursos nas mais diversas áreas para alunos de todo o mundo. Com tantas opções de ensino de qualidade disponíveis, poucos não gostariam de obter tamanha preciosidade.    Se poucos não gostariam de obter, muitos estão impedidos de fazê-lo por limitações econômicas ou espaciais. Segundo uma pesquisa de 2016 do IBGE, cerca de 40% dos brasileiros ainda não tinham acesso domiciliar à internet. Tal dado, por sua vez, é diretamente ligado ao poder de compra, ou seja, da obtenção dos meios de aceder à rede: na mesma pesquisa, verifica-se que apenas 30% da população que recebe até um quarto de salário mínimo acessa a internet, enquanto o número sobe para 90% na faixa que recebe 10 salários mínimos ou mais.    É notável, portanto, que apesar de a educação universal à distância, pela internet, ser um futuro possível, urge que sejam feitas políticas de inclusão da população de nível sócio-econômico mais baixo para que isto se concretize. Tais políticas podem ser efetuadas através do Ministério da Cidadania, com a distribuição de bolsas para atenuação da escassez de recursos financeiros, e também por meio do Ministério da Educação, ao disponibilizar computadores em redes públicas de ensino, para que, ainda que não integralmente, o acesso à internet possa ser garantido, e o problema estancado. Só assim pode-se esperar que, no futuro, os brasileiros se libertem da desigualdade intelectual. Afinal, parafraseando Epíteto: "só a educação liberta".