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Enviada em: 17/08/2019

No filme ''Clube dos Cinco'', adolescentes extremamente diferentes entre si ficam detidos na escola por mal comportamento e precisam lidar com suas diferenças até o horário de ir para casa. Em dissonância com o clássico ficcional, o ensino à distância dificulta a existência de uma multiculturalidade harmônica no cotidiano. No entanto, é necessário ressaltar, também, aspectos positivos desse modo de ensinar, tal como a democratização da educação.    A priori, faz-se indispensável dizer que o ensino à distância serve de meio para mascarar a intolerância no ambiente de estudo. Isso torna mais fácil que alunos socialmente marginalizados (excluídos pelas suas diferenças por outros alunos) saiam das instituições de ensino e passem a estudar em outros lugares, para fugir da discriminação social que os persegue. Por conseguinte, o ensino à distância serve para consolidar a intolerância com certas classes sociais, pois sem a permanência delas nos espaços, é impossível defender, sequer, a existência da multiculturalidade, uma vez que ela não é visualizada pela sociedade no cotidiano.     Em contrapartida, o ensino à distância é um veículo facilitador do acesso à informação. Por conta das disparidades sociais que permeiam o Brasil, várias pessoas não possuem condições de frequentar uma escola. A título de ilustração, não é raro encontrar em jornais a notícia de crianças colocando a vida em risco diariamente, por precisarem caminhar vários quilômetros todos os dias para obter aulas, uma vez que carecem de infraestrutura logística e habitacional. Sendo assim, o ensino à distância consegue quebrar parte das dificuldades, pois possibilita o rápido acesso aos conteúdos, sem demandar esforço sobre-humano.      Fica claro, portanto, que essa modalidade de ensino ameniza algumas dificuldades e por outro lado, coopera para o desrespeito com diferentes pessoas. Logo, o Ministério da Educação, responsável por administrar o ensino no país, deve desestimular a adesão pelo ensino à distância, salvo os casos particulares, como o das crianças sem infraestrutura. Isso pode ser feito por meio de palestras municipais, ministradas por profissionais qualificados em áreas de ciências humanas e pagos com o dinheiro dos impostos recolhidos pelo governo. Esses especialistas devem falar sobre a importância da multiculturalidade e ressaltar a importância da convivência escolar para a síntese da cidadania. Assim, é possível educar a sociedade para ser mais respeitosa e estimular alunos à frequentarem instituições de ensino, por perceberem a receptividade com as diferenças existentes nelas.