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Enviada em: 22/08/2019

A Globalização, iniciada no século XX, é um fenômeno social multipolarizador, o qual promoveu o avanço da tecnologia. Esse processo histórico, ao expandir o acesso à internet, proporcionou mudanças no viés educacional, pois concretizou a possibilidade do estudo a distância, amparado pelo aprimoramento tecnocientífico. No entanto, na sociedade brasileira contemporânea, existem visões e entraves acerca desse tipo de pedagogia moderna, os quais descendem do cenário político. Dessa forma, deve-se problematizar o distanciamento da população do âmbito educacional físico e o fato da internet, no Brasil, não ser equitativa.   A priori, destaca-se a perspectiva de que o ensino insólito em questão permite o afastamento do indivíduo de discussões sociais e políticas. Isso porque o cenário presencial pedagógico instiga o senso crítico do aluno ao fazer com que ele tenha contato direto com a equipe docente e, desse modo, viabilizar debates positivos. Em consequência a isso, os espaços acadêmicos perdem força na tentativa de mobilizar o corpo discente contra injustiças sociais, por não ter uma classe estudantil criticista. Essa realidade vai em contrapartida a teoria do educador brasileiro Paulo Freire – que defendia a educação como ato político, mediante ao pensamento crítico alcançado através da troca de dizeres entre professor e estudante. Por conseguinte, esse distanciamento da tese citada pode ocasionar em uma sociedade menos envolvida com as transformações políticas hodiernas. Dessarte, deve-se procurar métodos de equiparação dessa realidade. A posteriori, é prudente observar que o acesso à redes comunicacionais, no corpo social nativo, não é igualitário. Esse fato é proveniente do cenário social atual, o qual é repleto de desigualdades que dificultam a inserção de classes socioeconômicas vulneráveis em programas educacionais dependentes de tecnologias cibernéticas. Dessa maneira, a naturalização de sistemas pedagógicos desse viés elitizam a formação acadêmica e beneficiam apenas uma parte da população que obtêm as exigências necessárias para acessar esse campo academicista. Tal fato ilustra-se através do filme ‘’O menino que descobriu o vento’’, em que o jovem protagonista, em sua busca por conhecimento, depende exclusivamente da instituição escolar física, o que demonstra que a utopia da pedagogia tecnológica não é realidade em sociedades escassas de recursos. Análogo a isso, a seletividade do ensino dificulta a empregabilidade dos cidadãos marginalizados pela sociedade. Nesse sentido, é relevante a atuação de órgãos a fim de tornar a educação um bem equitativo. Portanto, o contexto retratado é composto por desequilíbrios em vertentes socioeducativas. Em função disso, ONGs de cunho social, como agentes alternativos de problemáticas civis, deverão elaborar programas de conscientização política para alunos da educação a distância, por intermédio de videoaulas sem custos, com a finalidade de enriquecer o senso crítico dessa parcela estudantil. Ademais, o Estado, como órgão responsável pela soberania democrática, deverá criar um projeto de universalização do acesso à internet com cursos extensivos gratuitos, por meio de centros tecnológicos comunitários, com a finalidade de equiparar as classes sociais mais baixas nas disputas por vagas de emprego. Diante dessas iniciativas, se instituirá uma globalização comunitária, responsável e harmoniosa.