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Enviada em: 20/08/2019

O documentário "O futuro da aprendizagem", de Manuel Castells, relata a nova forma de ensino na era globalizada, a qual é cercada por tecnologias e o aluno encontra-se em locais físicos e virtuais. Nesse sentido, a narrativa expõe os benefícios da Educação a Distância (EAD), dentre eles: maior flexibilidade, economia de tempo e redução de custos. Contudo, fora da ficção, o cotidiano brasileiro enfrenta sérios obstáculos para efetivação desse pressuposto. Isso se deve, principalmente, pelo preconceito da sociedade e, ainda, pela exclusão digital do país.   Convém ressaltar, a princípio, que o preconceito da sociedade em relação à didática virtual  apresenta-se como fator determinante para desvalorização desse modal. Conforme preconizado por Pavlos Dias, gerente nacional de operações da Blackboard, empresa de tecnologia para o ensino, as pessoas têm uma tendência de questionar o novo, e é difícil aceitar algo tão disruptivo como o ensino digital. Nesse contexto, muitas empresas preferem não contratar indivíduos formados nesses cursos, visto que idealizam que somente o ensino presencial é capaz de forma profissionais capacitados. Por consequência, cada vez menos pessoas se interessam pela didática digital, o que torna, gradativamente, o modelo educacional brasileiro ultrapassado.          Além disso, é elementar que se leve em consideração que, de acordo com o pensamento filosófico de São Tomás de Aquino, em uma sociedade democrática de direito, todos possuem o mesmo grau de importância. No entanto, o Estado diverge de tal perspectiva, pela ausência de uma inclusão digital, principalmente, em zonas afastadas dos centros urbanos. Dessa maneira, não é de se espantar que, em 2014, a democratização do acesso às tecnologias da informação no país não chegou a 50%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Logo, observa-se que a carência de tal recurso, afeta quem mais necessita do estudo virtual, ou seja, não possui amplo acesso físico a centros de ensino, o que corrobora, assim, para desigualdade social no país.   Portando, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para que isso ocorra, a mídia de grande impacto- como Rede Globo, Record e SBT- em parceria com o Ministério da Educação, deve promover propagandas acerca dessa temática, de modo a usar vídeos do cotidiano, com estudantes digitais, que possam ressaltar a qualidade e os benéficos desse tipo de aprendizado. Dessa forma, será possível desconstruir o preconceito popular sobre a EAD e difundir esse novo modelo pelo Brasil. Além disso, o governo, por meio de verbas públicas, deve promover campanhas intensivas de acesso à internet em regiões afastadas, afim de assegurar esse recurso para cidadãos que necessitam da didática virtual e garantir maior flexibilidade ao estudo, assim como no documentário " O futuro da aprendizagem".