Enviada em: 03/09/2019

No filme ''Clube dos Cinco'', adolescentes extremamente diferentes entre si ficam detidos na escola e precisam conviver com as suas divergências. A educação, assim como na obra ficcional, deveria promover o respeito à multiculturalidade, no entanto, quando é realizada à distância, não cumpre essa função. Todavia, o ensino à distância pode ser considerado um exemplo de cidadania, pois promove o exercício das liberdades individuais.     A priori, é necessário destacar que a educação à distância pode ser usado como meio para mascarar e perpetuar a intolerância na sociedade. É de conhecimento geral que no Brasil existem mazelas sociais, responsáveis por marginalizar parte da população, alvo de preconceito constante. Essas pessoas vivem em sociedade e obviamente, frequentam instituições de ensino. Isso fomenta o respeito à multiculturalidade, pela ocupação de espaços antes não ocupados por essa parcela marginalizada. Infelizmente, o ensino à distância diminui o contato entre diferentes indivíduos por não utilizar salas presenciais. Desse modo, a menor interação entre pessoas divergentes dificulta o respeito à multiculturalidade, construído na convivência.     Em contrapartida, faz-se evidente que com a opção do ensino à distância, algumas liberdades individuais podem ser ressaltadas. Inicialmente, a dos pais, responsáveis e principais interessados na educação dos filhos, que desejam fornecer uma educação à distância, longe dos centros tradicionais de ensino. Depois, a dos próprios filhos, que durante o aprendizado, podem exercer a racionalidade com autonomia, longe de qualquer coercitividade social, crescendo, assim, separados das amarras sociais que impedem pessoas de serem o que de fato são.      Fica claro, portanto, a importância da convivência para a síntese do respeito e o papel soberano das liberdades individuais na escolha do ensino à distância. Sendo assim, o Ministério da Educação, responsável por administrar o ensino no país, deve educar a população favorável à essa modalidade de ensino para reconhecer a importância da multiculturalidade. Isso deve ser feito por meio de palestras municipais, ministradas por profissionais da área (incentivados monetariamente com o dinheiro já pago pelos impostos). Depois de terem assistido às palestras, os pais que ainda assim quiserem que os filhos sejam educados à distância, devem ter seus desejos atendidos, afinal, é uma escolha do indivíduo e não estatal. Desse modo, é possível ter certeza de que quem escolher pelo ensino à distância, respeita à multiculturalidade e passará isso aos filhos, mesmo em uma educação à distância.