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Enviada em: 17/09/2019

O ano de 1889, durante a Primeira República brasileira, foi marcada com forte inspirações em correntes filosóficas do positivismo, surgido na França. Nesse contexto, Auguste Comte, principal representante, com o lema “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”, pregoa que tais fundamentos reverberam no desenvolvimento do país em termos materiais, intelectuais. Contudo, ao transpor a temática da educação à distância no Brasil, é nítido que tal dilema não se forjou no país, devido a discrepância existente entre a presença das tecnologias no ensino superior e as incoerências na qualidade de formação dos discentes. Ora, “Ordem e Progresso” soa antinômico.         Ao principiar tal visão é válido ressaltar que em um mundo globalizado e capitalista acrescido da cultura do imediatismo, surge a necessidade de ferramentas que dinamizem o tempo. Dessa forma, a educação digital surge como instrumento poderoso de mudança social e acesso ao saber por flexibilizar, de maneira efetiva, o tempo, visto que, metade dos registros de matrículas nos referidos cursos se encontram entre mulheres de 26 a 40 anos que necessitam trabalhar para pagar pelo ensino, de acordo com Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). De fato, surge a necessidade de investimentos que amplie o ingresso do ensino à distância de qualidade para a população.        Além disso, o estudo a distância democratiza o acesso àqueles cujos níveis econômicos e motivações estão distantes do centro na base da pirâmide social. Contudo, a ausência de concepções e de uma formação por parte dos discentes quanto as habilidades do ensino digital são refletidas, sem desvio, nas aplicações de desenvolvimento sem qualidade dos cursos fornecidos. Além disso, o distanciamento do órgão competente, Ministério da educação - MEC, corrobora ainda mais para a formação de profissionais inaptos para o mercado de trabalho. Ora, o Estado que se afugenta corrobora indiretamente para o descaminho de sua sociedade.         Depreende-se, portanto, a necessidade de medidas interventivas para fazer jus ao emblema do Governo Federal. Para tal, o MEC deverá avaliar periodicamente a qualidade dos cursos, por meio de testes aplicados aos estudantes e docentes presenciais, objetivando certificar o cumprimento das diretrizes curriculares nacionais. Somado a isso, as instituições de ensino a distância deverão investir na infraestrutura dos centros de apoio para aulas presenciais e aulas práticas, com a montagem de laboratórios específicos, a fim dar suporte aos alunos quanto as necessidades de formação profissional dos mesmos. Além disso, a mídia deverá implementar campanhas publicitárias com a temática do ensino digital demonstrando vantagens e desvantagens dos cursos, a fim de democratizar a temática com a sociedade.