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Enviada em: 15/05/2018

A concentração de renda é uma mazela social que atinge o Brasil desde os tempos da colonização, graças às Capitanias Hereditárias, Sesmarias e a Lei de Terras de 1850. Não é difícil perceber, contudo, que ainda há empecilhos na contemporaneidade que contribuem para esse problema ainda persistir de forma vigorosa na sociedade.       Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que a mentalidade dos brasileiros também é um fator para a persistência da má distribuição de renda. Isso acontece porque a corrupção, os desvios de verba e a irregular administração do dinheiro público são problemas estruturais do Brasil e fazem com que a população menos abastada seja a mais prejudicada, pois é a camada que mais depende de políticas sociais. Essa situação se deve, segundo Sérgio Buarque de Holanda, ao “jeitinho brasileiro”, no qual o indivíduo confunde a esfera pública e privada e se apropria do que seria destinado à população civil, que permanece latente na sociedade e, por muitas vezes, ainda é tido como motivo de orgulho.       Além disso, é necessário ressaltar que, em um contexto de crise econômica, a pobreza no Brasil tende a aumentar, pois a consequência imediata dessa conjuntura é a retração do mercado. Nesses casos, a solução mais rápida, e também mais egoísta, é o corte de gastos das grandes empresas com demissões em massa. Esse cenário ocasiona, portanto, a perda da fonte de renda de muitas famílias, que passam a não conseguir a própria subsistência. Essa situação pode ser vista como resultado do individualismo da sociedade atual, na qual, como dizia Eça de Queiroz, “mais vale uma dor de dente que uma guerra na China”.       Fica claro, portanto, que o problema em voga é bastante grave e deve ser resolvido para que o Brasil diminua a população abaixo da linha de pobreza. Em um primeiro plano, organizações não governamentais, aliadas à mídia, podem estimular os cidadãos, por meio de panfletagem e comerciais televisivos engajados, a pressionar o Estado para a punição dos políticos corruptos, a fim de que a democracia brasileira se torne mais justa. Ademais, o Poder Público poderia fornecer incentivos fiscais às empresas a fim de evitar grande números de demissões e para que as famílias brasileiras possam viver de forma digna e humana.