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Enviada em: 19/06/2018

A riqueza de poucos              Em sua obra "Capitães da areia", Jorge Amado destaca um contexto de violência, desigualdade social e pobreza vivenciados por um grupo de meninos abandonados pela sociedade. De forma análoga, os desafios enfrentados referente à pobreza em evidência no Brasil exigem uma discussão mais ampla, haja vista que a problemática persiste intrinsecamente relacionada à realidade do país, seja pelo desenvolvimento do capitalismo, seja pela distribuição de renda ineficaz. Nesse sentido, é conveniente analisar as principais consequências de tal postura negligente para o meio social.           Em primeiro plano, é indubitável que a desigualdade social esteja entre as causas do problema. Isso ocorre porque, conforme o economista francês Thomas Piketty destaca em sua obra "O capital no século XXI", a forma de produzir e distribuir riqueza não é igualitária entre os povos, fato que possibilitou uma maior concentração de renda para um grupo minoritário na sociedade e, por consequência, o aumento da pobreza se deu de forma alarmante.         Outrossim, destaca-se o surgimento do capitalismo como impulsionador do problema. Isso acontece porque, de acordo com a pesquisa divulgada pelo Datafolha em 2013, mais da metade das famílias brasileiras possuem renda mensal de até 2 mil reais, o que contribui para diminuir o poder de compra desse grupo e, por conseguinte, colabora para deixar os ricos ainda mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Como efeito, o aumento do processo de favelização nas grandes e médias cidades se mostra evidente, visto que a população com poucos recursos financeiros tende a emigrar dos centros urbanos para as favelas.           Diante dos fatos supracitados, torna-se evidente e necessária a intervenção do Estado para tornar distribuir a riqueza de forma mais igualitária. Para tanto, o Poder Público deve, por meio de parcerias público-privadas, incentivar a profissionalização da população carente, oferecendo não só cursos nas escolas e em outros lugares públicos, mas também vagas de empregos para, assim, ajudar a população a arrecadar renda e diminuir as taxas de pobreza e desigualdade social no país. Ademais, os meios midiáticos, como televisão e redes sociais, podem criar campanhas sociais, divulgadas para a população, que incentivem o protagonismo dos indivíduos frente ao impasse, por meio de ações como a doação de roupas, alimentos, produtos de higiene entre outros, a fim de amenizar a situação da população que vive em situações precárias. Talvez assim poder-se-á reduzir a questão da pobreza no Brasil e, assim, a riqueza de poucos será da maioria.