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Enviada em: 24/10/2018

Durante a Idade Média, a pobreza era um estado complementar ao da riqueza, e era definida como condição de nascença, ou seja algo incontornável. Com o advento da Idade Moderna e do capitalismo, o indivíduo ganhou cada vez mais lugar no imaginário social e passou a ser responsabilizado por ser pobre, por incompetência ou preguiça. Nesse sentido, cabe analisar que a parcela populacional que vive na pobreza ocasionada pela falta de oportunidades dentro de uma sociedade em que a eficiência do poder público na área social é precária, é também advinda de um contexto histórico exíguo de empatia pelo próximo e que banaliza a existência de pessoas que vivem na miséria.     Em primeira instância, o liberalismo econômico - baseado na tese do demógrafo Thomas Malthus de que a população aumentava mais do que os meios para sustentá-la - condenava a assistência social do Estado que poderia estimular o crescimento populacional e, assim, aumentar a pobreza. Tal conceito repercutiu nos governos e foram implementados de forma eficaz, sem políticas que atendesse as mazelas sociais e permitindo a exclusão e permanência dessa camada social no plano do esquecimento. Dessa forma, o descaso do poder público com o crescimento da pobreza é o fator preponderante para o atraso do desenvolvimento econômico, para as quedas constantes do PIB brasileiro, altas taxas de analfabetismo, exclusão social e o grande contingente populacional abaixo da linha da pobreza para um país que se designa em desenvolvimento.      Somado a isso, a sociedade, caracterizada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman como líquida e volúvel, a qual deixa de reagir ao sofrimento do outro e torna-se cada vez mais individualista facilita a exclusão dos mais pobres. Sendo assim, o descaso e a falta de empatia são fatores presentes que contribuem para colocar as mazelas sociais no imaginário da população, pois ignorá-los e colocar a culpa nas vítimas é um caminho mais fácil e cômodo para a elite. Logo, a falta de políticas públicas que insiram jovens na educação e adultos no mercado de trabalho, aliada ao descaso das classes A e B para com os que não têm nem o que comer firmam os responsáveis pela titulação de um Brasil pobre.      Portanto, é presente um cenário que mascara e oculta a pobreza brasileira. Assim, é imprescindível a disponibilização de verbas pelo Governo Federal para o Ministério da Educação, destinadas a elaboração de políticas de inserção gratuita nas escolas de tempo integral de crianças e jovens que moram nas ruas ou em favelas, a fim de capacitá-los a ingressar na universidade e terem a oportunidade de um emprego, diminuindo o número de pessoas desempregadas e sem renda para  o sustento. Além disso, ONG's insiram a sociedade em ações sociais que visem tirar da miséria os necessitados e reivindicar ao governo políticas que atendam seus direitos e ofereçam oportunidades.