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Enviada em: 02/11/2018

"E se somos severinos iguais a tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia". No livro "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, foi retratada a realidade vivida por muitos brasileiros do sertão nordestino às favelas das grandes cidades. Nesse sentido, são muitos os fatores que contribuem para o aumento da pobreza no Brasil, isso se evidencia não só pelas construções históricas vigentes como também pela ausência de políticas públicas que estimulem o crescimento econômico da população, tornando essa questão ainda mais difícil de ser resolvida.               Mormente, é sabido que em função da colonização de exploração, industrialização tardia e dependência econômica, o país possui muitas pessoas que vivem em condição de miséria. Por conseguinte, segundo dados do jornal Folha de São Paulo cerca de 22% dos brasileiros estão abaixo da linha da pobreza, evidenciando que este problema se encontra enraizado na sociedade e esquecido pelo poder público. Dessa maneira, é inadmissível que o Estado se omita diante dessa crise social em que estão inseridas milhares de indivíduos, totalmente sem assistência, passando fome e sendo mantidos em condições desumanas.        Sob esse viés, pode-se afirmar que a ausência de um incentivo fincanceiro que vise estruturar uma economia regional mais forte contribui para a manutenção dessa problemática. Decerto, o portal de notícias Veja defende que a recessão e a inflação são as principais causas do aumento da pobreza no Brasil, por isso é necessário que o país volte a desempenhar um crescimento econômico para que possa fornecer oportunidades para população desempregada. Com isso, infelizmente, as regiões menos desenvolvidas industrialmente são ainda as mais pobres, a exemplo do norte e do nordeste, em que a população ainda migra buscando oportunidades melhores no centro-sul do país.       Logo, João Cabral, apontou no século XX os flagelos que ainda assolam a nação, falando sob a perspectiva de quem não possui nada: os Severinos que fogem da seca, da miséria e da fome decorrente de um bom Brasil que foi construído para poucos. Nessa continuidade, é necessário que o Governo Federal, por meio do Ministério do Trabalho, implemente medidas mais severas que visem amenizar tal fato: promoção de projetos para que as empresas sejam obrigadas a fornecer a oportunidade de seus trabalhadores se qualificarem, por meio da conscientização da importância desse fato e da associação com escolas de ensino básico e técnico . Espera-se, com isso, não só aumentar a renda familiar como também reduzir a pobreza social no Brasil.