Materiais:
Enviada em: 16/02/2019

Durante a posse de seu primeiro mandato, no ano de 2011, a ex-presidente Dilma Rouseff usou  "País Rico é País sem Miséria" como slogan de seu futuro governo. Deixava-se assim, evidenciar, que somente o crescimento econômico não era suficiente pra acabar com a pobreza extrema em um país marcado pela profunda desigualdade social e regional. Entretanto, sucessivos governos, comprometidos com a melhora da renda dos menos favorecidos, foram incapazes de criar mecanismos que evitassem o regresso à pobreza. Com a atual recessão no Brasil e aumento de desempregados, milhares de brasileiros voltam a ter problemas de falta de dinheiro, que corrói as esperanças de um futuro melhor e também é responsável pelo risco do país voltar ao Mapa Mundial da Fome.        Em primeira análise, a pobreza se manifesta pela insegurança alimentar. Tal conceito evidencia famílias que não sabem se poderão ter acesso aos alimentos num futuro próximo, ou seja, o medo de passar fome. A situação é contraditória quando dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 20% da população brasileira é obesa. Isto significa que, embora há alimentos de sobra, cerca de 15 milhões de pessoas que vivem na pobreza extrema não tem dinheiro pra comer. O conceito de pobreza máxima atual é definido como renda de menos de 80 reais por pessoa por mês. A desigualdade social, assim, se mantém. Além da fome, a pobreza impacta outros aspectos da vida cotidiana.       Outro problemas grave associado a miséria é a destruição da perspectiva de ascensão social. O Brasil ensaiou um grande avanço da classe média nos últimos 20 anos, com hábitos de consumos como comida de qualidade, acesso à educação superior, viagens e cultura. Porém, todo o progresso tem sido solapado pela forte queda da renda média do brasileiro. Sem alicerce pra proteger seu povo, milhares tiveram a qualidade de vida diminuída. Um dos mais perversos efeitos colaterais da falta de perspectiva é o aumento da criminalidade, dado que em 2017 o Brasil atingiu seu recorde de homicídios, cerca de 63 mil casos, consolidando-se como o campeão mundial de assassinatos.       Diante do exposto, é fato que, se o raciocínio de país rico ser um país sem miséria, o Brasil vem regredido de maneira acelerada. Programas de assistência social, fornecidos pelo Ministério da Cidadania, precisam ser blindados de turbulências econômicas para proteger os mais vulneráveis. Assim como há lei para o aumento do salário mínimo, o Bolsa Família, programa nacional de ajuda financeira, também deve ter seu próprio mecanismo de reajuste pela inflação, algo que não ocorre atualmente. Um sistema robusto de apoio social cria previsibilidade e segurança para as famílias, que podem se planejar melhor para um horizonte de possível crescimento econômico e, finalmente, a superação da pobreza extrema sem risco de volta.