Materiais:
Enviada em: 12/03/2019

O bicho        “Vi ontem um bicho/ na imundice do pátio/ catando comida entre os detritos/... o bicho não era um cão/ não era um gato/ não era um rato/ o bicho era um homem”. Assim, o poema escrito por Bandeira, na década de quarenta, ainda é uma realidade no Brasil, na qual a pobreza é evidente em todo o território. Apesar do aumento das políticas sociais no país, o declínio econômico atual elevou a quantidade de pobres na nação.       A priori, a pobreza é uma adversidade que persiste no Brasil desde a independência em 1822. Embora as condições de vida para os brasileiros tenham melhorado gradativamente ao passar das décadas, a fome persiste para cerca de 20% dos cidadãos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em vista disso, aquele que vive na inópia é paisagem constante nas cidades do país e sobrevive sem o devido apoio estatal.        Nesse mesmo viés, programas sociais viabilizados pelo poder central, como o fome zero, tiveram um certo êxito em amenizar a pobreza no Brasil. Entretanto, com o declínio da economia brasileira, o número de pobres aumentou em dois milhões nestes últimos dois anos, de acordo com o IBGE. Não obstante, segundo o mesmo Instituto, o aumento se deu em todas as regiões. Por conseguinte, fatores como a desigualdade social também impulsionam o aumento da mendicância no país.        Desse modo, a erradicação da pobreza é um ato conjunto entres os estamentos sociais e o poder central. Dessa forma, o Estado que é o responsável pelo bem estar de sua população deve administrar melhor os gastos públicos por meio de cortes nas benesses parlamentares, a fim de alocar maiores recursos no combate à fome. Ademais, a sociedade precisa cobrar do governo uma melhor destruição de renda, com o intuito de evitar novas crises e o aumento da mendicância no país. Destarte, o bicho do poema continuará a ser o homem, enquanto o indivíduo não for valorizado como ser humano.