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Enviada em: 25/05/2017

Segundo o filósofo suíço Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. No Brasil, ainda no período de colonização, as terras foram distribuídas entre poucos portugueses escolhidos pelo colonizador, sendo o início da formação da elite social brasileira. Desde então, com o aumento populacional, a desigualdade  se mantém crescente. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste, seja pela vulnerabilidade das classes sociais com menos recursos, seja pela forma como o capital econômico está distribuído.         É indubitável que as melhores oportunidades de trabalho são ofertadas às classes mais favorecidas economicamente. Do mesmo modo, o aumento da pobreza em momentos de crise econômica evidencia que os pobres estão mais vulneráveis à essa instabilidade. De acordo com o conceito de capital cultural de Pierre Bourdieu, sociólogo francês, as vantagens das classes sociais superiores decorrem não apenas do poder econômico. Ainda segundo essa teoria, as desigualdades são geradas pela herança cultural, ou seja, a transmissão cultural da família para seus herdeiros, advindas, dentre outros, de viagens, passeios culturais e sentimentos de orgulho pela posição social ocupada por seus membros. Isto posto, vale ressaltar que a redução da pobreza reside não apenas na importante questão educacional, tema recorrente nos debates nacionais. Conquanto  seja indiscutível que a educação formal reduz a vulnerabilidade dos mais pobres perante as crises econômicas, resta clara a relevância de outros aspectos, como atividades culturais e projetos de inclusão social.            Outrossim, deve-se salientar a desigualdade imposta pela injusta distribuição de renda no Brasil. Segundo o IBGE, apenas um por cento das famílias brasileiras recebem renda mensal superior a 20 salários mínimos, enquanto trinta e seis por cento vivem com até cinco. Dessa forma, as estatísticas demonstram que as classes mais favorecidas são as que concentram a renda. Para combater essa desigualdade, é necessário a condução de políticas públicas de proteção às classes menos favorecidas.         Portanto, a fim de atenuar o problema da pobreza no Brasil, é preciso modificar a tendência ao acúmulo da desigualdade, citado acima. Para isso, as ONGs  devem promover eventos culturais como exposições, peças teatrais e amostras fotográficas, com o intuito educacional, para que as pessoas com menos recursos possam acumular capital cultural e aumentar suas oportunidades no mercado econômico e de inclusão social. Ademais, a fim de distribuir a renda no Brasil de forma mais justa, o governo federal deve tributar os mais ricos, com a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, que já é previsto na Constituição Federal, o que permite, com o aumento da receita, a manutenção e ampliação do Bolsa Família . Assim, será possível proteger o povo dos malefícios indignos da pobreza.