Enviada em: 16/06/2017

"Vende-se"    É evidente que as placas de anúncios têm se tornado a nova decoração das cidades brasileiras. Elas estão nos imóveis, automóveis e até nas pessoas, na forma de "procura-se emprego". Essa intensa tentativa de complementar a renda familiar demonstra que a pobreza no país está aumentando e junto dela, outros impasses sociais.    Em primeiro lugar, é necessário desconsiderar a crise financeira como única causadora desse fenômeno. Os pesados tributos que o empregador tem que pagar, cerca de 38 a 68% do salário bruto do funcionário, é um dos fatores que desestimula a contratação, além de reduzir drasticamente o salário líquido do trabalhador. Aspecto esse que gera graves consequências sociais.     A mais notável destas tem sido o agravo de problema sociais que antes estavam no caminho da erradicação. Com o crescimento contínuo da inflação, o poder de compra foi brutalmente reduzido. Dessa forma, o brasileiro consegue comprar cada vez menos com o mesmo dinheiro, o que tem acentuado a questão da fome no Brasil, que até 2015 havia reduzido em 82%, segundo apontado em relatório da ONU.     Portanto, fica claro que o aumento da miséria é um fator preocupante para o desenvolvimento nacional. Por isso, é dever do poder público, em parceria com as secretarias do trabalho, estimular a empregabilidade através de subsídios, como abono proporcional ao número de funcionários, nos impostos das empresas, e da redução dos encargos trabalhistas. Promovendo isso, estarão contribuindo, também, com o combate à fome. E assim, a realidade do "vende-se" se transformará na do "compre-se".