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Enviada em: 12/03/2019

O bicho        “Vi ontem um bicho/ na imundice do pátio/ catando comida entre os detritos/... o bicho não era um cão/ não era um gato/ não era um rato/ o bicho era um homem”. O poema escrito por Bandeira na década de quarenta, ainda é uma realidade no Brasil, na qual a pobreza é evidente em todo o território nacional. Apesar do aumento das políticas sociais no país, o declínio econômico atual elevou os números de pobres na nação.        A priori, a pobreza é uma adversidade que persiste no Brasil desde a independência em 1822. Embora o artigo quinto da Constituição Cidadã de 1988 garanta os direitos igualitários a todos os brasileiros, o mesmo não é respeitado, nem é garantido e é ignorado pela sociedade. À vista disso, aquele que vive na inópia é paisagem constante nas cidades do país e sobrevive sem a condição de subsistência alimentar, moradia ou segurança.        Nesse mesmo viés, programas sociais viabilizados pelo poder central, como o fome zero tiveram um certo êxito em amenizar a pobreza no Brasil. Entretanto, com o declínio da economia brasileira, o número de pobres aumentou em dois milhões nestes últimos dois anos, de acordo com o IBGE. Não obstante, de acordo com o mesmo Instituto, o aumento se deu em todas as regiões. Por conseguinte, fatores como a desigualdade social também viabilizam o aumento da mendicância no país.         Desse modo, o bicho do poema continuará a ser o homem, enquanto o indivíduo não for valorizado como ser humano. Dessa forma, o Estado deve garantir a efetividade do quinto artigo da Constituição por meio de políticas sociais voltadas à população marginalizada. Não obstante, a ampliação dos programas já existentes e do direcionamento de maior erário para o serviço social atuar nas ruas, ajudará na diminuição da pobreza no Brasil. Ademais, a sociedade precisa entender que ela também é necessária no combate da desigualdade financeira e que a redução da mendicância a trará benesses. Destarte, a erradicação da pobreza passa por um ato conjunto entres os estamentos sociais e o governo.