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Enviada em: 23/06/2017

Sabe-se que, para acordar cedo e sair em busca do sustento da família, é preciso ver os resultados desse esforço. Em contrapartida, o que vemos no Brasil hoje é uma grande parcela da população sem encontrar ao fim do mês o que buscava, pois o salário não aumenta no mesmo ritmo que as despesas como água, luz, impostos (inclusos ou não nas outras pendências), além de alimentação cara e fraca, pois faltam elementos da cesta básica na tentativa de fechar o mês sem dívidas.       As raízes da pobreza da população brasileira se estabeleceram desde o processo de colonização pelos portugueses, com o esquema de sesmarias, que concentrava as terras da então colônia nas mãos de poucos portugueses. Assim, hoje, temos 1 milhão de latifundiários donos de cerca de 50% das terras brasileiras em uma população de 205 milhões. Logo, os minifundiários e donos de pequenas propriedades rurais, com capital e tecnologia inferiores, não alcançam uma produção competitiva. O problema se estende para a área urbana que tem sentido fortemente os abalos da crise política e econômica que o país vem enfrentando desde 2015, fazendo com que o Brasil perca credibilidade no mercado exterior, como ocorreu no início de 2017 com a investigação intitulada "Carne Fraca" e que, ainda fez com que muitos frigoríficos fechassem e gerassem grande índice de demissões.       O índice de desemprego no Brasil aumentou consideravelmente nesses últimos 3 anos, fazendo com que cerca de 14 milhões de brasileiros fiquem desempregados. Segundo estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o desemprego no mundo entre aqueles que não têm nível superior é cerca de 4 vezes maior que entre os que possuem. Essa população, maior parte entre 18 e 30 anos, sem condições para independência financeira, se estabelece na residência dos pais, reduzindo assim a renda mensal familiar. E ainda, o sistema educacional público é pouco abrangente e o privado tem alto custo, impossibilitando a especialização dos jovens, já que o grupo familiar, por estar maior, tende a ter menos capital para novos gastos.       Em síntese, para reduzir o problema, seria imprescindível uma reforma agrária, realizada por meio de acordo entre o Ministério da Fazenda e os latifundiários, para tentar minimizar o problema dos minifundiários, tornando-os mais competitivos no mercado e reduzindo os custos para a população urbana que receberia mais oferta de produtos. Além disso, o Governo Federal deve disponibilizar maior cota para o Ministério da Educação para que aumentem os investimentos nas universidades públicas. E ainda, em uma parceria público-privada, empresas poderiam contratar jovens com pouca ou nenhuma experiência, em troca de benefícios fiscais e, depois de contratado, incentivar o jovem a escolher um curso universitário em áreas que favoreçam o seu próprio crescimento dentro do novo emprego.